Alimentos de alto índice glicêmico
Dependendo do perfil do paciente e das restrições calóricas a que ele está sujeito, uma dieta com alimentos de alto índice glicêmico pode até mesmo ajudar a melhorar a silhueta e reduzir o peso.
A pesquisa foi coordenada por feita Fábio Vinícius Pires da Silva, da Universidade de Brasília, que analisou 41 pessoas entre 18 e 50 anos de idade.
O estudo indica que existe uma alternativa à dieta de baixo índice glicêmico, modalidade que vem ganhando destaque na mídia e nos consultórios, já que os alimentos com índice baixo demoram mais tempo para se transformar em açúcar na corrente sangüínea.
Dieta de alto índice glicêmico
Na dieta de alto índice glicêmico desenvolvida na UnB, todos os 41 voluntários apresentavam excesso de peso, ou seja, índice de massa corporal (IMC) entre 25 e 35. Nenhum deles tinha doença crônica, como diabetes, hipertensão ou hipotireoidismo.
Os voluntários foram divididos em três grupos, de acordo com a presença ou não de alterações na glicose do sangue e de insulina. Em cada um dos grupos, foi aplicada uma dieta diferenciada, definida a partir do perfil analisado de cada um dos voluntários, acompanhados por um período de quatro meses.
Pacientes sem alterações na glicose e na insulina
O primeiro grupo, de 13 pessoas, era formado por indivíduos saudáveis, sem alteração na glicose e na insulina. Eles receberam alimentos de alto índice glicêmico, como pão francês, arroz polido e batata cozida amassada. "Houve perda de peso global de 5%, e redução da circunferência da cintura em 5%", afirma Silva.
O pesquisador explica que esse resultado só foi possível porque cada voluntário teve a alimentação de alto índice glicêmico aliada a uma restrição na quantidade de calorias entre 25% e 30% do que ingeriam antes de participar do estudo.
"Vimos que não é a qualidade do carboidrato que faz a diferença, mas a restrição calórica", explica ele. Entretanto, o grupo teve diminuição no HDL colesterol, conhecido popularmente como bom colesterol, relacionado à prevenção de doenças cardíacas.
Paciente com glicose normal e insulina alterada
O segundo grupo continha 14 indivíduos com glicose normal, mas níveis de insulina alterados. Para esses participantes, foi elaborado um cardápio de baixo índice glicêmico, do qual faziam parte alimentos como pão integral, arroz integral e biscoito integral, entre outros.
Os principais resultados foram perda de peso global em 7%, melhora no perfil dos lipídios sanguíneos, em especial triglicerídeos, redução dos valores de glicose e insulina e redução da circunferência da cintura em 7%.
A opção por uma alimentação com baixo índice glicêmico teve o intuito de não interferir negativamente na insulina, já que estudos de outras universidades apontam que uma dieta de alto índice glicêmico pode aumentar a glicose e a insulina no sangue.
Pacientes com alterações na glicose e insulina
O terceiro grupo, também com 14 pessoas, reuniu indivíduos com alterações na glicose e na insulina, que apresentavam forte risco de se tornarem diabéticos. A equipe recebeu uma dieta de baixo índice glicêmico, acrescida do medicamento metformina, que reduz a glicemia e melhora os níveis de resistência à insulina, minimizando assim, sobre-esforço do pâncreas, órgão responsável pela produção da insulina.
Essa combinação de estratégias levou a uma redução em 6% do peso corporal, além de diminuição dos valores de insulina, e 5% dos valores de circunferência da cintura. "Eles tiveram uma alteração significativa no padrão insulinêmico, o que é muito bom, pois se afastam do risco de desenvolver diabetes", afirma.
Frutas e verduras liberadas
Embora frutas e verduras tenham diferentes índices glicêmicos, a ingestão delas foi liberada para os três grupos. "Queríamos promover hábitos alimentares saudáveis, melhorando a qualidade da ingestão alimentar em todos os grupos", diz Silva.
Para o nutricionista, a principal contribuição do estudo é desfazer os mitos sobre dietas que se baseiam no índice glicêmico. Ele diz esperar que os resultados auxiliem os profissionais de saúde, em especial endocrinologistas e nutricionistas.
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