Transição nutricional
O Brasil encontra-se em uma fase de transição nutricional, período em que os problemas de sobrepeso coexistem com a inanição e problemas relacionados à desnutrição.
"Em 2008 e 2009, os índices de déficit de peso reduziram drasticamente e a obesidade dobrou na população adulta feminina e está quatro vezes maior na população masculina adulta, se comparados com dados da década de 1970", aponta o pesquisador Rodrigo Dantas Amâncio, da USP.
Apesar de conseguir alimentar-se mais, o brasileiro não está necessariamente se alimentando melhor.
Carotenoides
Rodrigo aponta especificamente para o consumo de carotenoides, que podem contribuir para retardar e até mesmo prevenir diversos tipos de doenças e suprir a falta de vitaminas.
Os carotenoides podem ser consumidos a partir da ingestão de frutas, legumes e verduras,
"Os níveis prudentes de ingestão de carotenoides totais são de 9.000 a 18.000 microgramas por dia. A pesquisa revelou que a média de consumo nacional foi de 4.117 microgramas por dia, abaixo dos valores preconizados como seguros", registra Rodrigo.
Para suprir o valor indicado bastaria comer um prato de salada de agrião, brócolis e cenoura e, como sobremesa, escolher uma fruta como manga ou pêssego.
Entretanto, mais que apenas isso, recomenda-se o aumento no consumo destes alimentos nas refeições realizadas ao longo do dia, sobretudo quando a refeição é realizada fora do domicílio.
Família do caroteno
A carência de nutrientes na dieta pode trazer problemas como a hipovitaminose A, que consiste em uma insuficiência de vitamina A no organismo, podendo levar até mesmo à cegueira.
Por outro lado, o sobrepeso pode causar doenças crônicas não transmissíveis como câncer, hipertensão, doenças cardíacas e diabetes, que são as principais causas de morte no País. Enquanto isso,
Para evitar tanto um extremo quanto o outro, a ingestão de carotenoides é indispensável.
O pesquisador destaca a importância do consumo de substâncias bioativas, "como os carotenoides, (alfa-caroteno, beta-caroteno, beta-criptoxantina, licopeno, luteína e zeaxantina), que são antioxidantes, podendo prevenir as doenças crônicas não transmissíveis".
Alimentos como tomate e seus derivados, manga, cenoura, acerola, cajá, goiaba, mamão, abóbora, alface, agrião, couve e milho são apenas alguns exemplos de alimentos ricos em carotenoides.
A pesquisa teve âmbito nacional e o objetivo foi analisar e conhecer o consumo de carotenoides de acordo com região, sexo, faixa etária, escolaridade e Índice de Massa Corporal (IMC). Foram analisados 34.003 casos de pessoas a partir de 10 anos de idade de todo o Brasil.
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