Ferramentas contra a desinformação
Parece que não temos nenhuma técnica definitiva para combater a desinformação e as teorias da conspiração. Mas temos várias técnicas que dão alguns resultados; e, todas juntas, elas podem fazer a diferença.
Esta é a mensagem de um painel de especialistas reunidos pela Associação Norte-Americana de Psicologia para discutir o desafio de lidar com as notícias falsas que inundaram o mundo após o advento das mídias sociais.
O relatório resultante descreve os processos que tornam as pessoas suscetíveis à desinformação e oferece soluções para combatê-la.
Para começar, são descritas as principais características da desinformação, que enganam as pessoas fazendo-as acreditar nela e a divulgá-la.
Por exemplo, os estudos mostram que as pessoas são mais propensas a acreditar em declarações falsas que apelam para emoções como o medo e a indignação. Elas também são mais propensas a acreditar na desinformação que pinta os grupos que eles veem como "outros" de uma forma negativa. Também é mais provável que as pessoas acreditem nas informações quanto mais elas são repetidas, mesmo quando contradigam o seu conhecimento prévio. E, finalmente, as pessoas são mais propensas a acreditar na desinformação se esta vier de grupos aos quais pertencem ou se julgarem a fonte como crível.
Estas descobertas sugerem que é importante acabar com a desinformação precocemente, evitando que ela se espalhe e ganhe raízes nas mentes das pessoas.
Como inibir a desinformação
Segundo os especialistas, existem dois níveis em que a desinformação pode ser travada: Abordagens sistêmicas, tais como legislação e normas tecnológicas, e abordagens individuais, focadas na mudança de comportamentos individuais.
Estes últimos incluem:
Finalmente, o relatório recomenda oito passos para os decisores políticos, os cientistas, os meios de comunicação social e o público ajudarem a conter a propagação da desinformação e os riscos que esta representa para a saúde, o bem-estar e a vida cívica.
"Estas descobertas da ciência psicológica ajudam a explicar como a desinformação entra nos nossos processos de pensamento," afirma o relatório. "É trabalhoso e difícil para o nosso cérebro aplicar o conhecimento existente ao encontrar novas informações; quando novas afirmações são falsas, mas suficientemente razoáveis, podemos aprendê-las como fatos. Assim, todos são suscetíveis, até certo ponto, à desinformação: Nós a adquirimos mesmo quando nós sabemos melhor."
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