11/10/2018

Câncer de pele é tratado pintando remédio sobre a pele

Redação do Diário da Saúde
Quimioterapia é pintada sobre a pele
A administração tópica da quimioterapia reduz os efeitos colaterais e potencializa os resultados obtidos com o medicamento.
[Imagem: Tianyue Jiang et al. - 10.1021/acsnano.8b03800]

Medicamento pintado

A pele atua como a primeira linha de defesa contra patógenos e outros materiais nocivos de fora do corpo. No entanto, essa barreira também exclui alguns medicamentos benéficos que podem tratar doenças da pele.

Agora, pesquisadores deram os primeiros passos no desenvolvimento de uma quimioterapia para o melanoma que pode ser pintada diretamente na pele, em vez de ser injetada ou tomada oralmente.

Isso reduz a circulação do medicamento pelo corpo, minimizando os danos colaterais e reforçando os efeitos do medicamento.

O melanoma é umas das formas mais letais do câncer por causa de sua tendência a se espalhar, ou metastatizar, da pele para outras partes do corpo. Tratamentos comuns incluem cirurgia, radioterapia e quimioterapia intravenosa, mas essas terapias podem causar dor e efeitos colaterais desagradáveis.

Bingfang He, Ran Mo e seus colegas da Universidade Tecnológica de Nanjing (China) desenvolveram um gel que os próprios pacientes poderão no futuro aplicar sobre um nódulo, pintando o medicamento sobre a pele. Os primeiros testes foram feitos em animais de laboratório.

Quimioterapia na forma de tinta

Para a terapia penetrar profundamente na pele, os pesquisadores montaram nanopartículas chamadas "transferomas", que consistem em uma camada dupla de fosfolipídios e surfactantes, que encapsulam medicamentos ou outras moléculas - neste caso, o paclitaxel, um medicamento quimioterápico.

Os surfactantes tornaram as partículas mais deformáveis para que pudessem se infiltrar melhor na pele. Estes compostos também afetaram a matriz lipídica da pele para ajudar as partículas a passar mais facilmente. Um peptídeo na superfície do transferoma ajudou a partícula a penetrar pela pele e entrar nas células tumorais.

Para aumentar o tempo que os transferomas persistem na pele, os pesquisadores incorporaram as nanopartículas em um hidrogel.

Para testar a terapia, o gel foi pintado sobre tumores de camundongos portadores de melanoma, uma vez por dia, em combinação com a administração intravenosa de paclitaxel em dias alternados. Após 12 dias, os tumores desses animais tinham cerca de metade do tamanho dos tumores daqueles tratados apenas com o paclitaxel intravenoso.

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