Biotitânio
Com base em insights coletados de pesquisas de ciência básica com mexilhões - que são capazes de ligar-se fortemente até mesmo a superfícies muito lisas graças a proteínas especiais - cientistas japoneses conseguiram conectar moléculas biologicamente ativas a uma superfície de titânio.
Com isto, torna-se possível iniciar a fabricação de uma nova geração de implantes médicos com melhor biocompatibilidade, eventualmente com mecanismos ativos de regeneração dos tecidos à sua volta.
Proteína sintética
O trabalho partiu de descobertas anteriores de que os mexilhões ligam-se a superfícies lisas graças a uma proteína, chamada L-DOPA - curiosamente, essa mesma proteína opera nos seres humanos como um precursor da dopamina, além de estar envolvida em tratamentos para a doença de Parkinson.
Usando uma combinação de tecnologia de DNA recombinante e um tratamento com tirosinase (precursora da melanina), Chen Zhang e colegas do Instituto Riken sintetizaram uma proteína híbrida com partes ativas da L-DOPA e do fator de crescimento 1 (IGF-1), similar à insulina - um promotor da proliferação celular.
Os testes mostraram que a proteína sintética dobra-se normalmente e mantém o IGF-1 ativo, funcionando normalmente. Graças à incorporação da L-DOPA, a proteína artificial ligou-se fortemente à superfície de titânio, permanecendo ligada mesmo quando o metal foi lavado com solução salina tamponada com fosfato.
"Isto é similar às fortes propriedades de cola dos mexilhões, que permanecem fixos aos materiais metálicos mesmo embaixo d'água," disse Zhang.
A equipe se prepara agora para testar os efeitos do biotitânio em implantes, inicialmente em animais de laboratório.
Fonte: Titânio vira biotitânio com proteína artificial
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