Anticorpo contra Alzheimer
Foram identificados pela primeira vez anticorpos que bloqueiam o processo de desintegração das sinapses no Mal de Alzheimer.
A descoberta aumenta as esperanças de um tratamento para combater o declínio cognitivo logo no início da doença.
A doença de Alzheimer é caracterizada por depósitos anormais no cérebro da proteína beta-amiloide, que induz a perda de ligações entre os neurônios, as chamadas sinapses.
Agora, os cientistas descobriram que anticorpos específicos, que bloqueiam a função de uma proteína, chamada DKK1, são capazes de suprimir completamente o efeito tóxico da beta-amiloide nas sinapses.
Declínio cognitivo
"Essas novas descobertas levantam a possibilidade de que alvejar a proteína DKK1 poderia significar um tratamento eficaz para proteger as sinapses contra o efeito tóxico da beta-amiloide," disse a professora Patricia Salinas, bioquímica argentina atualmente na Universidade College de Londres.
"Mais importante ainda, estes resultados aumentam as esperanças de um tratamento e, talvez, da prevenção do declínio cognitivo precoce na doença de Alzheimer," completa Patricia.
Os níveis de proteína DKK1 são elevados nas biópsias do cérebro de pessoas com doença de Alzheimer, mas os cientistas ainda não haviam se dado conta da importância dessa informação.
O que a equipe da Dra. Salinas descobriu é que a beta-amiloide induz a produção de DKK1, o que, por sua vez, induz a desmantelamento das sinapses (as ligações entre os neurônios) no hipocampo, uma área do cérebro envolvida com a aprendizagem e com a memória.
Neurônios saudáveis
Neste estudo, os cientistas realizaram experimentos de laboratório, no cérebro de camundongos, para acompanhar a progressão da desintegração das sinapses do hipocampo após a exposição à beta-amiloide - eles fizeram isto com e sem a proteína DKK1.
Os resultados mostraram que os neurônios expostos ao anticorpo permaneceram saudáveis, sem nenhuma desintegração sináptica.
"Esta pesquisa identifica a DKK1 como um potencial alvo terapêutico para o tratamento da doença de Alzheimer," resume Patricia.
Os resultados foram publicados hoje na revista científica Journal of Neuroscience.
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