Alternativa aos antibióticos
Pesquisadores da Universidade Estadual de Washington (EUA) descobriram finalmente o mecanismo pelo qual a estimulação elétrica opera no tratamento das infecções bacterianas.
Isto abre o caminho para uma terapia alternativa aos antibióticos, cujo uso indiscriminado está levando ao surgimento de bactérias resistentes a todos os medicamentos.
Nos experimentos, uma corrente elétrica de baixa intensidade matou em 24 horas praticamente todas as bactérias multirresistentes em um biofilme bacteriano, uma colônia de bactérias, a estrutura mais difícil de combater durante as infecções.
Quando a corrente elétrica foi retirada, a população bacteriana restante era de apenas 1/10.000 da população original.
A equipe também testou o método em tecido suíno, onde a eletricidade matou a maioria das bactérias sem danificar o tecido circundante.
Como a eletricidade mata bactérias
A estimulação elétrica tem tido resultados mistos contra as bactérias, com curativos elétricos acelerando a cicatrização, mas com outros experimentos mostrando resultados menos animadores.
Para o professor Haluk Beyenal, isto provavelmente se deve a que os cientistas ainda não têm uma compreensão clara de como a eletricidade funciona eletroquimicamente contra as bactérias.
Agora, ele e sua equipe mostraram pela primeira vez que a eletricidade induz uma reação eletroquímica que produz peróxido de hidrogênio, um desinfetante muito eficaz. O peróxido de hidrogênio é gerado na superfície do eletrodo usado para disparar a eletricidade no ferimento ou no filme bacteriano.
"Temos feito pesquisa fundamental sobre isso há vários anos e, finalmente, agora podemos transferi-lo para a tecnologia," disse Beyenal. "É realmente emocionante."
Curativo elétrico que funciona
Para empacotar o conhecimento em um aparato tecnológico, a equipe otimizou a reação eletroquímica em um curativo eletrônico feito de um tecido de carbono eletricamente condutor.
Ligando a corrente elétrica pelo tecido, gera-se uma concentração baixa mas constante de peróxido de hidrogênio, suficiente para matar 99,99% das bactérias.
E as bactérias não conseguem desenvolver resistência a um tratamento eletroquímico.
"Muitas pessoas tentaram este método simples. Às vezes ele funcionou, e às vezes não funcionou. Nós controlamos as reações eletroquímicas. Essa é a razão pela qual ele funciona," disse Beyenal.
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