Difícil controlar
As pessoas que procuram tratamento para a dependência de álcool e cujo objetivo é parar de beber completamente são mais propensas a atingir esse objetivo do que os pacientes que buscam tratamento para controlar o vício.
Os dependentes que tentam apenas diminuir o consumo de álcool, aprendendo a beber com moderação, não são tão bem-sucedidos, mesmo quando são tratados por um profissional especializado nessa abordagem de consumo controlado.
Estes resultados, obtidos pela Dra Kristina Berglund, da Universidade de Gotemburgo (Suécia), são importantes porque até agora se defendia que o que era importante era que a postura do terapeuta e do paciente fosse a mesma, ambas eventualmente levando a taxas similares de sucesso - o que este estudo mais aprofundado mostrou não acontecer.
Abstinência total ou controle do consumo
Kristina acompanhou 201 dependentes alcoólicos adultos durante 2,5 anos após o início do tratamento.
Os dados mostraram que o fato de paciente e terapeuta terem a mesma visão sobre o tratamento - abstinência total ou controle do consumo - não foi determinante para o resultado do tratamento.
Cerca de 90% dos pacientes que estavam de acordo com o seu terapeuta na abstinência total continuavam sóbrios no final do período, enquanto apenas 50% que estavam de acordo com o terapeuta no tratamento de consumo controlado tinham conseguido efetivamente controlar seu consumo de álcool no final do período.
"É fácil acreditar que paciente e provedor de cuidados com um objetivo comum seja o fator mais importante na obtenção de bons resultados do tratamento, mas não é tão simples assim. Nosso estudo mostra que, independentemente do acordo sobre objetivos e métodos, no final é mais difícil beber de forma controlada do que deixar a bebida inteiramente," analisou a pesquisadora.
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