04/05/2015

100 compostos anticâncer identificados em plantas da Medicina Chinesa

Redação do Diário da Saúde

Cientes de sua eficácia milenar, médicos e cientistas tentam agora converter os tratamentos naturais da medicina tradicional chinesa em terapias tradicionais, incorporadas à prática médica ocidental.

Este é um dos objetivos do projeto TcmCancer, financiado pela União Europeia.

Além da quimioterapia

A equipe de pesquisadores identificou cerca de 100 compostos com atividade anticâncer nas plantas e ervas usadas pela medicina chinesa.

Agora eles querem usá-los para desenvolver tratamentos mais eficazes e menos danosos do que a quimioterapia.

"A maioria, se não todas as drogas usadas na quimioterapia, têm efeitos secundários graves, que podem afetar as células saudáveis, bem como funções essenciais do corpo," explica o Dr. André Steinmetz, do Centro de Pesquisas Públicas de la Santé (Luxemburgo), líder do projeto.

"Por isso a busca e o estudo de novos compostos que matem especificamente as células cancerosas, mas não têm efeitos colaterais, ainda são necessários," acrescentou.

O projeto focou na identificação e caracterização de compostos contra os cânceres de mama, pulmão e cérebro.

Medicina tradicional chinesa

A medicina tradicional chinesa tem uma abordagem holística e sinérgica - em outras palavras, ela não trata apenas a doença, mas aborda a saúde do corpo como um todo.

As terapias mais comuns usadas nesses tratamentos milenares incluem o uso de plantas - ervas, cogumelos e raízes - e algumas terapias manuais, como a acupuntura e a massagem.

Terapias baseadas em ervas medicinais e fitoterápicos já foram incorporadas pela medicina ocidental, e hoje fazem parte dos tratamentos tradicionais do câncer em vários países.

"Descobriu-se que isto é muito eficaz no tratamento de problemas médicos complexos," diz Steinmetz. "No entanto, a composição exata dos compostos que exercem estes efeitos terapêuticos ainda não é completamente compreendida."

Ação por partes

O enfoque atual da ciência ocidental é sempre isolar um composto químico - uma molécula - que seria responsável por toda a ação de uma planta ou erva - o chamado princípio ativo. Isto permite que essa molécula seja sintetizada e vendida na forma de um medicamento.

Vários especialistas, contudo, questionam essa abordagem. Segundo eles, da mesma forma que a medicina tradicional chinesa trata o homem por inteiro, acreditar que uma única molécula seja responsável por toda a ação de uma planta medicinal é perder o todo de vista.

Na China de hoje, quase três quartos dos ensaios clínicos de câncer envolvem uma combinação de terapias da medicina tradicional e tratamento convencional do câncer.

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