Selenoproteínas: Conheça as novas estrelas dos antioxidantes

Selenoproteínas protegem as células-tronco hematopoiéticas e a maturação da linhagem B imunológica. Problemas na síntese de selenoproteínas têm mesmo efeito que o envelhecimento biológico.[Imagem: Yumi Aoyama]

Selenoproteínas

Pesquisadores japoneses descobriram o papel antioxidante fundamental de moléculas chamadas selenoproteínas, e como interromper sua produção pode afetar vários tipos de células e a hematopoiese, que é a produção de novas células sanguíneas.

As selenoproteínas são um grupo especial de proteínas que contêm o aminoácido selenocisteína (Sec), que é considerado o 21º aminoácido essencial. A selenocisteína é análoga à cisteína, mas contém um átomo de selênio (Se) no lugar do enxofre (S). Esse elemento é crucial para a função dessas proteínas, pois confere propriedades redox únicas, permitindo que elas atuem em processos biológicos importantes.

As células humanas têm 25 selenoproteínas diferentes. Essas enzimas antioxidantes ajudam a converter espécies reativas de oxigênio perigosas - mais conhecidas como radicais livres -, como os peróxidos lipídicos, em uma forma mais segura. O acúmulo de peróxidos lipídicos pode afetar células críticas, chamadas células-tronco hematopoiéticas (CTHs), um fenômeno observado em condições associadas ao envelhecimento.

"Nós observamos que a CTHs envelhecidas frequentemente apresentam problemas na síntese de selenoproteínas, mas não estava claro como isso poderia contribuir para o envelhecimento celular e se poderia ser revertido," disse Yumi Aoyama, da Universidade de Osaka. "Nós hipotetizamos que as selenoproteínas são uma parte crítica do sistema antioxidante que combate as mudanças relacionadas à idade nas células-tronco hematopoiéticas."

A deleção do gene Trsp nos animais de laboratório levou à interrupção da síntese de selenoproteínas.
[Imagem: Yumi Aoyama]

Funções antioxidantes das selenoproteínas

Em experimentos feitos em animais de laboratório, a equipe demonstrou que problemas na produção de selenoproteínas impactam negativamente as CTHs e as células imunológicas com linhagem de células B (tipos de glóbulos brancos), mas tiveram poucos efeitos nas células mieloides (uma família diferente de células imunológicas).

"Os resultados mais notáveis incluíram linfocitopenia B, o que significa que havia menos células B do que o esperado," explicou Hiromi Yamazaki, coautor do estudo. "As CTHs também tinham uma capacidade limitada de se autorrenovar."

O estudo mostra as funções antioxidantes das selenoproteínas e como elas garantem a autorrenovação adequada das CTHs e a maturação das células imunes da linhagem de células B. Como os camundongos usados no experimento, com problemas na síntese das selenoproteínas, apresentaram fenótipos semelhantes aos dos camundongos normais envelhecidos, as descobertas demonstram como lidar com problemas relacionados à produção de selenoproteínas pode ajudar a combater doenças relacionadas à idade.

Não existem alimentos que contenham selenoproteínas prontas, apenas o selênio, um oligoelemento essencial que o corpo usa para sintetizar essas proteínas. Portanto, a ingestão de alimentos ricos em selênio é crucial para a produção adequada de selenoproteínas, destacando-se a castanha do Brasil, frutos do mar, carnes, grãos e sementes.

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