17/04/2025

Por que duvidamos de nossas habilidades mesmo quando somos bons em algo?

Redação do Diário da Saúde
Por que duvidamos de nossas habilidades mesmo quando somos bons em algo?
Algumas pessoas não atualizam sua autopercepção corretamente, mesmo que realizem as tarefas satisfatoriamente. [Imagem: Pixabay/CC0 Public Domain]

Autoconfiança

Imagine que você está começando em um novo emprego, sendo treinado em novas tarefas que exigem que você aprenda novas habilidades. Conforme progride, você finalmente começa a desenvolver uma sensação de que está se tornando bom no seu trabalho - uma sensação de confiança no seu desempenho.

Só que nem todo o mundo é assim: Algumas pessoas continuam a duvidar de suas próprias habilidades, mesmo que tenham um desempenho adequado de modo consistente. Algumas até ficam com medo de que seu chefe ou colegas comecem a pensar que elas são incapazes de fazer suas tarefas - é a chamada síndrome do impostor.

Mas por que será que algumas pessoas apresentam níveis de insegurança tão elevados, mesmo quando são boas no que fazem?

A capacidade de refletir sobre nós mesmos e nossas capacidades é chamada de metacognição. No entanto, os processos metacognitivos de algumas pessoas levam a uma visão distorcida de suas próprias capacidades.

"Pessoas com ansiedade ou depressão tendem a apresentar falta de confiança persistente, como chamamos. Seu julgamento distorcido de suas próprias habilidades pode levá-las a evitar novas tarefas, mesmo quando conseguem fazê-las," explicou Sucharit Katyal, da Universidade de Copenhague (Dinamarca).

Por que duvidamos de nossas habilidades mesmo quando somos bons em algo?
A síndrome do impostor também pode ter a ver com o perfeccionismo.
[Imagem: CC0 Public Domain/Pixabay]

Autopercepção distorcida

Em seu estudo mais recente, Katyal e seus colegas identificaram os mecanismos psicológicos subjacentes à falta de confiança persistente.

Os participantes precisavam usar suas habilidades visuais e de memória para completar tarefas em um jogo virtual de colheita de frutas. Após cada tarefa individual, eles tinham que relatar o quão confiantes se sentiam em sua resposta. Finalmente, cada um avaliava o quão bem achava que tinha completado o jogo inteiro.

"Descobrimos que os participantes com sintomas de ansiedade e depressão frequentemente ignoravam os momentos em que sentiam uma alta sensação de confiança em suas respostas. Em vez disso, eles se concentravam nas situações em que suas respostas eram acompanhadas por baixa confiança ao julgar seu desempenho geral," contou Katyal.

Em outras palavras, pessoas com ansiedade ou depressão não atualizam sua autopercepção corretamente, mesmo que realizem as tarefas satisfatoriamente.

Importância do feedback positivo

Curiosamente, o estudo também mostra que pessoas com insegurança persistente em suas habilidades podem atualizar corretamente sua autopercepção quando lhes é dito explicitamente que tiveram um bom desempenho, em vez de terem que confiar em suas próprias avaliações de confiança nessas habilidades.

"Na verdade, é eficaz fazer com que essas pessoas persistentemente inseguras se concentrem mais em seus sucessos e menos em suas inseguranças internas," disse Katyal. "Isso enfatiza a importância do feedback positivo. Algumas pessoas precisam de ajuda para avaliar seus próprios julgamentos com uma pitada de sal - caso contrário, elas apenas manterão uma visão distorcida e negativa de suas próprias capacidades."

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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