Pesquisadores da Universidade de São Paulo estão desenvolvendo quatro projetos de vacinas contra a covid-19, cada uma usando uma tecnologia diferente.
Vacina de nanopartículas
A equipe do professor Luís Carlos de Souza Ferreira está desenvolvendo uma vacina de nanopartículas formadas por proteínas autoestruturadas.
"Modificamos geneticamente as proteínas do vírus SARS-CoV-2 para que se comportem como nanopartículas, que mimetizam características de tamanho e comportamento da partícula viral, o que pode favorecer a produção de anticorpos que neutralizam o vírus e a imunidade celular," explicou o pesquisador.
Inicialmente, a equipe usou bactérias E. coli para expressar as proteínas e, no final de 2020, passou a expressá-las em células humanas, de maneira a aumentar a produção de anticorpos neutralizantes. Os ensaios estão sendo feitos em animais pela pesquisadora Marianna Favaro, e a pesquisa experimental deverá ser concluída até o final de 2021.
Vacinas genéticas
Além das nanovacinas, pesquisadores do mesmo laboratório têm-se dedicado ao desenvolvimento de dois tipos de vacinas genéticas, uma de DNA e outra de RNA mensageiro.
"Usamos uma estratégia diferente de outras vacinas. Em vez de focar na produção de anticorpos pelos linfócitos B, nossa tecnologia é direcionada para a ativação dos linfócitos T com atividade citotóxica. São células que, uma vez programadas pelo sistema imune, reconhecem e destroem as células infectadas pelo vírus," contou Luís Carlos.
Essas vacinas foram projetadas para conter fragmentos da sequência genética do coronavírus que ativam linfócitos T. Os resultados em camundongos com uma vacina de DNA que codifica peptídeos do vírus foram promissores e agora a equipe pretende aplicar o mesmo método em vacinas baseadas em RNA mensageiro.
"Nosso maior objetivo é dominar tecnologias, estabelecer provas de conceito e novas estratégias vacinais capazes de funcionar contra esse vírus e outros patógenos que gerem ameaça para nossa saúde", destacou Luís Carlos.
Proteínas recombinantes
A pesquisadora Cristiane Guzzo está se dedicando à produção e purificação das proteínas do coronavírus, que podem ser utilizadas tanto como candidatos vacinais como para o desenvolvimento de testes de diagnóstico.
A equipe já produziu diversos fragmentos das proteínas de pico, ou espícula, (spike) e do nucleocapsídeo, por exemplo, e segue produzindo outras proteínas do vírus para verificar qual pode oferecer maior proteção contra a doença.
Os pesquisadores também desenvolveram um modelo animal suscetível à infecção por SARS-CoV-2, que será usado para testar se as proteínas induzem uma resposta imune. Esse modelo servirá não apenas para testes pré-clínicos de vacinas, mas também para testar a eficácia de medicamentos contra a doença.
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