Esconderijo do HIV
Há anos, desde o desenvolvimento dos antirretrovirais de alta eficiência, os médicos têm ficado intrigados com a resistência do vírus causador da AIDS - mesmo depois de virtualmente desaparecer do corpo, não sendo mais detectado por nenhum exame, tão logo a medicação é suspensa, o HIV ressurge.
Agora, a equipe do Dr. Huldrych Gunthard, do Hospital Universitário de Zurique, na Suíça, encontrou a resposta para esse ressurgimento: o HIV pode ficar em hibernação no interior de uma única célula, e ressurgir tão logo as condições lhe sejam favoráveis, ou seja, tão logo a medicação antirretroviral seja suspensa.
Carga viral
De acordo com a pesquisa, o HIV pode se esconder em um pequeno grupo de células, ou mesmo em uma única célula, no sistema linfático - incluindo os nódulos linfáticos, o baço e outros órgãos - no cérebro e na medula espinhal, entre outros lugares.
Seja suspensa pelo médico ou interrompida pelo paciente, a falta da medicação faz com que o vírus ressurja de forma muito forte, causando infecções ativas e fazendo com que o paciente, em poucas semanas, volte a apresentar a mesma carga viral registrada antes do tratamento.
Vírus latente
O que a equipe do Dr. Gunthard descobriu é que o vírus fica totalmente latente dentro de uma única célula, sem se reproduzir. Esta é uma boa notícia e, segundos os pesquisadores, mostra o poder dos atuais antirretrovirais.
Se o vírus ficasse se multiplicando, mesmo que dentro de uma única célula, haveria a possibilidade de que ele desenvolvesse mutações e criasse resistência aos medicamentos.
Poder dos antirretrovirais
"Esta é uma notícia muito boa e sugere que nossos tratamentos são realmente muito potentes, e os efeitos deles irão durar por muito tempo," disse o Dr. Gunthard em entrevista à revista Nature.
Agora os cientistas continuarão suas pesquisas em busca da resposta para a questão que ainda precisa ser respondida sobre esse ressurgimento do vírus a partir de uma única célula - que mecanismo o HIV utiliza para "renascer" de um estado de hibernação tão grande que ele não é nem mesmo detectado pelos exames?
A pesquisa da equipe do Dr. Gunthard foi publicada no exemplo desta semana da revista Proceedings of the National Academy of Sciences.
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