Anticorpo contra dengue
Uma equipe de pesquisadores das universidades da Califórnia, Berkeley e Michigan (EUA) descobriu um anticorpo que bloqueia a propagação do vírus da dengue no corpo.
O vírus da dengue usa uma proteína específica, chamada Proteína Não Estrutural 1 (NS1), para se prender às células protetoras ao redor dos órgãos. A proteína enfraquece a barreira protetora, permitindo que o vírus infecte a célula, podendo causar a ruptura dos vasos sanguíneos, levando à altamente fatal dengue hemorrágica.
Agora, Scott Biering e seus colegas desenvolveram em laboratório um anticorpo, chamado 2B7, que bloqueia fisicamente a proteína NS1, impedindo-a de se ligar às células e retardando a propagação do vírus. Além disso, como ataca a proteína diretamente, e não a própria partícula do vírus, o 2B7 é eficaz contra todas as quatro cepas do vírus da dengue.
Até agora, os pesquisadores comprovaram que o anticorpo 2B7 bloqueia efetivamente a propagação do vírus da dengue em camundongos, a primeira etapa dos testes in vivo, que deverão prosseguir até chegar aos humanos.
Outros flavivírus
Outra novidade importante é que esse mesmo anticorpo pode fornecer novos tratamentos para outros flavivírus, similares à dengue, um grupo de vírus que inclui o zika e o vírus do Nilo Ocidental.
"Os flavivírus infectam centenas de milhões de pessoas todo ano e dezenas de milhares morrem das doenças associadas," disse o professor Bob Fischetti, líder da equipe. "As estruturas das proteínas têm desempenhado um papel crítico no desenvolvimento de medicamentos e vacinas para várias doenças, e esses novos resultados são essenciais para o desenvolvimento de um tratamento potencialmente eficaz contra os flavivírus."
Cepas da dengue
A dengue, que infecta entre 50 e 100 milhões de pessoas por ano, gera sintomas que incluem febre, vômitos e dores musculares, e pode levar a doenças mais graves e até à morte.
Atualmente, não existem tratamentos ou vacinas eficazes para o vírus da dengue. Como existem quatro cepas diferentes do vírus, a construção de anticorpos contra uma cepa pode, na verdade, deixar as pessoas mais vulneráveis à infecção subsequente por outra cepa, o que torna mais difícil encontrar uma terapêutica eficaz.
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