Combinação benéfica
A combinação de dois ou três antirretrovirais diminui o risco de mães portadoras do vírus HIV contaminarem seus bebês recém-nascidos.
A conclusão é de um estudo internacional, realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em parceria com a Universidade da Califórnia (UCLA).
Os dados, cobrindo um período de 10 anos, foram coletados na África do Sul, Argentina, Estados Unidos e no Brasil.
Diagnóstico tardio
A Organização Mundial da Saúde (OMS) alterou em 2009 o protocolo para evitar a chamada transmissão vertical - quando o vírus vai da mãe para o bebê durante a gestação.
Segundo a médica infectologista Valdiléa Veloso, diretora do Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas (Ipec/Fiocruz), participaram do estudo mulheres que não sabiam da condição de soropositivas durante a gestação e descobriram a doença pouco antes do parto.
Portanto, não foram tratadas com o AZT durante a gravidez.
"Para essas crianças cujas mães são diagnosticadas muito tardiamente, dando uma combinação de medicamentos, em parte compensa-se o tratamento da mãe que não foi feito. Assim, se consegue proteger melhor essas crianças", explicou Valdiléa.
Contaminação de bebês
A pesquisa foi feita com 1.684 crianças, separadas em três grupos.
O primeiro foi tratado apenas com o AZT. O segundo grupo recebeu AZT e nevirapina. E o terceiro grupo recebeu AZT, nelfinavir e lamivudina. Em todos os casos, a primeira dose foi ministrada nas primeiras 48 horas de vida da criança e o tratamento durou seis semanas.
O resultado mostrou que 140 bebês foram contaminados antes do tratamento, sendo 97 durante a gestação e 43 no parto.
Três meses depois do tratamento, 4,8% dos bebês que tomaram apenas AZT tinham sido contaminados.
Entre os que receberam dois medicamentos, o índice caiu para 2,2% e, entre os que tomaram a combinação de três antirretrovirais, a taxa de contaminação ficou em 2,8%, sendo essa terapia a mais tóxica.
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