Células-tronco anti-HIV
Transplantes de células-tronco anti-HIV poderão passar rapidamente a ser testados em humanos, graças a resultados surpreendentemente bons obtidos em cobaias.
Em um artigo publicado na edição de maio do Journal of Virology, a equipe da Universidade da Califórnia assegura que o transplante de células-tronco anti-HIV em camundongos mostrou-se seguro e eficaz.
Segundo os pesquisadores, os camundongos possuíam um modelo representativo dos pacientes humanos infectados com o HIV.
Cura funcional
A técnica envolve a substituição do sistema imunológico com células-tronco modificadas com uma tripla combinação de genes resistentes ao HIV.
Nos animais, a transfusão mostrou-se capaz de replicar um sistema imunológico normal, protegendo e expandindo as células imunológicas resistentes ao HIV.
As células prosperaram e se autorrenovaram, mesmo quando submetidas a uma carga viral do HIV.
"Nós encaramos isso como uma potencial cura funcional para pacientes infectados com o HIV, dando-lhes a capacidade de manter um sistema imunológico normal por meio da resistência genética," afirmou o Dr. Joseph Anderson, principal autor do estudo.
Vírus que inserem genes
Para estabelecer essa imunidade em camundongos cujos sistemas imunológicos tentam imitar o dos pacientes com HIV, Anderson e sua equipe modificaram geneticamente células-tronco do sangue humano responsáveis pela produção dos vários tipos de células imunológicas.
Eles desenvolveram vários genes anti-HIV que foram inseridos nas células-tronco, utilizando técnicas padrão de terapia genética e vetores virais - vírus que inserem os genes que carregam nas células do hospedeiro.
Estas células-tronco sanguíneas, frutos da engenharia genética, capazes de se diferenciar em células imunológicas normais e funcionais, foram então introduzidas nos camundongos.
Desafio viral
Os resultados foram bem-sucedidos em todos os aspectos, dizem os cientistas.
"Depois que submetemos os animais transplantados a HIVs vivos, nós demonstramos que as células-tronco com genes resistentes ao HIV foram protegidas da infecção e sobreviveram ao desafio viral, mantendo níveis normais de CD4 humanos," disse Anderson.
"Os ensaios clínicos deverão nos dar as informações críticas que precisamos para determinar se a nossa abordagem representa verdadeiramente uma cura funcional para uma doença terrível que afeta milhões e milhões de pessoas," concluiu ele.
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