Cartas sobre felicidade
Um estudo da década de 1930 sobre o que fazia as pessoas felizes na época pode ter lições importantes para os formuladores de políticas da atualidade - e para as próprias pessoas em busca da felicidade.
Esta é a conclusão de pesquisadores da Universidade de Bolton (Reino Unido), cidade na qual, em 1938, um jornal local (Bolton Evening News) realizou uma competição que dava um prêmio de uma libra esterlina para a melhor carta sobre "O que a felicidade significa para você e para os seus?"
As 226 cartas manuscritas foram agora transcritas por Sandie McHugh e seus colegas Julie Prescott, Jerome Carson e Charlotte Mackey, a fim de tabular os itens listados pelos participantes de quase um século atrás.
O que traz felicidade
Três temas principais emergem dos textos como sendo conectados com a felicidade: contentamento/paz de espírito, família/lar e relacionamentos.
"Esses valores compartilhados ajudavam a comunidade a superar as dificuldades antes [do surgimento] de um sistema de saúde pública e do estado do bem-estar social. O tempo de lazer era passado na cidade, e as pessoas eram agentes de suas próprias atividades de lazer.
"Na atual era da informação, nossas vidas e lazer são mais individualísticos e alguns comentaristas têm sugerido que a companhia das mídias sociais é uma ilusão e de uma natureza mais solitária. As pessoas poderiam perguntar a si mesmas se muito do seu tempo de lazer é gasto na internet em vez de com outras pessoas, e se não é de uma natureza passiva, em vez de ativa. Elas deveriam perguntar-se o que curtiriam mais.
"A pesquisa científica mostra que o prazer é importante para a felicidade e o bem-estar, manter-se ativo é bom para a saúde e ajudar outras pessoas pode ser benéfico para o doador," relatou Sandie McHugh.
Indicador de felicidade
Os pesquisadores sugerem que as lições de 1938 poderiam ser aprendidas pelos responsáveis por melhorar o bem-estar nas cidades.
Entre as políticas com maior possibilidade de impacto estão um uso mais amplo de instalações públicas, como bibliotecas, centros de lazer e escolas, a expansão do voluntariado e mais facilidades para o lazer ativo.
"É bem-vinda a mudança do ONS [National Statistics Office, equivalente ao IBGE no Brasil] de passar a medir o bem-estar das pessoas, e não apenas olhar para dados econômicos. Isso ajuda a aumentar a conscientização e pode ser um alerta para a ação. Como o Relatório da Felicidade no Mundo de 2017 indica, a felicidade pode ser considerada uma medida do progresso social e um objetivo de política pública," finalizou McHugh.
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