27/05/2019

Vírus mayaro já circula no estado do Rio de Janeiro

Redação do Diário da Saúde

Vírus Mayaro

Há um novo vírus transitando no estado do Rio de Janeiro, alertam pesquisadores do Laboratório de Virologia Molecular, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Provocada pelo vírus de mesmo nome e "primo" da chicungunha - ou chikungunya -, a febre causada pelo mayaro é observada de forma endêmica na região Norte do país, mas é também considerado um dos vírus emergentes no Brasil.

A infecção pelo vírus, pertencente à família Togaviridae e ao gênero Alphavirus, causa febre alta e dores articulares crônicas, o que provoca confusão na tentativa de diagnóstico clínico, se baseado apenas nas características sintomatológicas das infecções.

Febre e dores nas articulações

Os pesquisadores Amilcar Tanuri e Rodrigo Brindeiro analisavam 279 amostras indicativas de infecção pelo vírus da chicungunha, seguindo o quadro sintomatológico. Desse total, 57 amostras não apresentaram diagnóstico molecular para o próprio vírus e nem sorológico, sendo então reanalisadas sob PCR em tempo real.

Amplificando uma região de 107 pares de bases de genoma do gene NS1, específico do vírus mayaro, detectaram-se três casos retrospectivos de diagnóstico para esse vírus, endêmico da Amazônia. Com a detecção do mayaro nas três amostras, os cientistas comprovaram, portanto, que os vírus do mayaro e da chicungunha já circulam juntos no estado do Rio de Janeiro.

Em diferentes proporções, os dois vírus provocam o mesmo quadro clínico de febre alta e dores articulares crônicas. A descoberta pode causar um desafio diagnóstico ainda maior, porque existe uma grande reatividade sorológica cruzada entre os vírus mayaro e o da chicungunha.

Xenovigilância

Os três casos possuem características epidêmicas comuns: todos são de Niterói, provavelmente de pessoas infectadas que não viajaram para regiões endêmicas e identificados no ano de 2016.

Os pesquisadores agora realizam estudos para confirmar e aprofundar as características virais, epidêmicas e sorológicas das infecções. Será necessário também realizar estudos de xenovigilância epidemiológica, coletando mosquitos de diferentes espécies (Haemagogus, Sabethes, Aedes e Culex) na região afetada (Niterói, São Gonçalo, Maricá etc.) a fim de avaliar a existência desse vírus amazônico de forma ecotrópica, na região do Grande Rio.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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