04/10/2019

Vacina contra superbactéria fatal passa nos testes em camundongos

Redação do Diário da Saúde
Vacina contra superbactéria fatal passa nos testes em camundongos
Recentemente, a superbactéria foi detectada circulando fora dos hospitais no Brasil.[Imagem: André Pitondo Silva]

Vacina contra bactéria

Cientistas produziram e testaram, em animais de laboratório, uma vacina que protege contra uma superbactéria preocupante: uma forma hipervirulenta da bactéria Klebsiella pneumoniae.

A vitória contra a superbactéria foi conseguida manipulando geneticamente uma forma inofensiva de outra bactéria, a E. coli.

A Klebsiella pneumoniae causa uma variedade de infecções, incluindo infecções raras, porém fatais, do fígado, trato respiratório, corrente sanguínea e outras. Pouco se sabe sobre como exatamente as pessoas são infectadas por elas, e as bactérias são extraordinariamente hábeis em adquirir resistência aos antibióticos.

A vacina, quando totalmente testada e desenvolvida, poderá oferecer uma maneira de proteger as pessoas contra essas infecções letais e difíceis de prevenir e tratar.

"Durante muito tempo, a Klebsiella era principalmente um problema no ambiente hospitalar, portanto, embora a resistência aos medicamentos fosse um problema real no tratamento dessas infecções, o impacto sobre o público era limitado," disse o Dr. David Rosen. "Mas agora estamos vendo cepas de Klebsiella virulentas o suficiente para causar morte ou doença grave em pessoas saudáveis da comunidade. E, nos últimos cinco anos, germes realmente resistentes e germes realmente virulentos começaram a se fundir, então estamos começando a ver cepas hipervirulentas resistentes a medicamentos. E isso é muito assustador."

Vacina glicoconjugada

A vacina experimental tem como alvo a superfície externa da bactéria, que é revestida com açúcares. Assim, os pesquisadores projetaram um glicoconjugado composto por esses açúcares ligados a uma proteína que ajuda a tornar a vacina mais eficaz. Vacinas semelhantes têm-se mostrado altamente bem-sucedidas na proteção de pessoas contra meningite bacteriana e um tipo de pneumonia.

"As vacinas glicoconjugadas estão entre as mais eficazes, mas tradicionalmente elas envolvem um bocado de síntese química, que é lenta e cara. Nós substituímos a química pela biologia manipulando geneticamente a E. coli para fazer toda a síntese para nós," contou o professor Christian Harding.

Os resultados foram tão bons que a equipe da Escola de Medicina da Universidade de Washington em St. Louis (EUA) criaram uma empresa para desenvolver a vacina, passando da escala de laboratório para a escala comercial.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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