Vacina contra câncer no cérebro começa a ser testada

Vacina terapêutica

Um novo medicamento que se propõe a tratar uma forma agressiva do câncer de cérebro começou a ser testado em Londres.

O medicamento é personalizado e atua "ensinando" o sistema imunológico a lutar contra as células de um tumor.

Essa forma de atuação faz com que ele seja considerado uma vacina terapêutica, embora não seja aplicável de forma preventiva como as vacinas tradicionais - ele só é desenvolvido e aplicado em pacientes já com a doença desenvolvida.

Produzindo a vacina

O primeiro paciente a receber o tratamento nesta etapa de testes que se inicia agora é um ator de televisão e teatro famoso na Inglaterra.

Cirurgiões removeram o máximo possível do tumor cerebral, que já causava convulsões no paciente.

O tecido retirado foi levado a um laboratório onde foi incubado com células dendríticas, células do sistema imunológico também retiradas do sangue do ator. O objetivo era "ensinar" as células a reconhecer o tumor.

A vacina personalizada que resultou do processo foi injetada no braço do paciente, na esperança de que aquelas células treinariam o sistema imunológico para localizar e destruir o câncer.

Terapia personalizada

Se tudo correr bem, o paciente receberá dez doses da vacina nos próximos dois anos - a média de sobrevivência desses pacientes é de 12 a 18 meses.

Dois testes anteriores menores do mesmo tipo de terapia - conhecida como DCVax -, realizados nos Estados Unidos, mostraram que o tratamento aumenta essa sobrevida para três anos, sem efeitos colaterais. Vinte pacientes participaram dos testes e dois deles estão vivos há mais de dez anos.

Este teste que começou agora envolverá 300 pacientes.

Assim como outros cânceres, os tumores de cérebro são altamente variáveis de um paciente para outro, o que tem levado à busca de técnicas de tratamento personalizadas.

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