04/01/2023

Tecnologia de luz viabiliza exames da ficção científica

Redação do Diário da Saúde
Tecnologia de luz pode viabilizar exames da ficção científica
Esses microrressonadores de germânio terão um impacto maior no seu futuro do que você imagina.[Imagem: NTNU]

Componente que armazena luz

No histórico seriado de ficção científica Jornada nas Estrelas, sempre que alguém sentia-se mal, seja por ter bebido muito cerveja romulana ou ter sido alvejado por uma arma faser, o mau humorado Dr. McCoy sempre acudia com o seu tricorder.

Bastava uma leve passada do aparelho acima da vítima, sem nem mesmo tocar em sua pele, para que o aparelho desse ao médico todo o diagnóstico do paciente, além de recomendações sobre o que deveria ser feito.

Há anos cientistas tentam criar um tricorder da vida real, e uma nova tecnologia que nasceu bem longe das preocupações com a saúde pode ser um elemento importante para aproximar a ficção da realidade.

O dispositivo é um pequeno disco com um fino pedestal de suporte, fabricado com o elemento semicondutor germânio usando as mesmas tecnologias usadas para fabricar chips de computador.

O grande talento desse dispositivo é que ele captura a luz, fazendo-a ficar dando voltas em torno do anel, o que permite usá-la em inúmeras tecnologias fotônicas - o nome técnico desse componente é microrressonador, e ele faz com a luz o mesmo que as famosas "galerias sussurrantes" das grandes catedrais fazem com os sons.

"Nós construímos o microrressonador de modo de galeria sussurrante com a menor perda já alcançada para o espectro infravermelho de ondas longas. Como o espectro infravermelho de ondas longas fornece informações definitivas sobre compostos químicos, ele oferece novas possibilidades para aplicações de detecção," disse Dingding Ren, pesquisador da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia (NTNU).

Tecnologia médica

Armazenar ondas de luz na parte infravermelha do espectro de luz de forma mais eficaz é uma boa notícia para vários tipos de novas tecnologias, especialmente para construir sensores capazes de detectar partículas e identificar elementos químicos, por exemplo analisando uma amostra de gás ou líquido para verificar se há vírus e bactérias e outras coisas desagradáveis que você possa ter em seu corpo.

A expectativa é que esse componente de alta fidelidade permita a fabricação de aparelhos capazes de detectar esses elementos em tempo real, por exemplo, na exalação da respiração. Sabe-se que os processos fisiológicos produzem alterações na respiração e no suor humanos que, embora não possamos sentir, podem ser detectados pelo olfato muito mais sensível dos cães.

A ideia é que os novos sensores façam isso sem precisar treinar os cães, mostrando o resultado na hora em uma tela. Mas as possibilidades são quase ilimitadas, da detecção do câncer à diferenciação imediata entre estar com um resfriado comum ou com um vírus da gripe, por exemplo.

"A tecnologia ainda está em estágio inicial quando se trata de medições nesse espectro de luz infravermelha de onda longa. Mas nosso aprimoramento nos dá a possibilidade de identificar vários produtos químicos diferentes em tempo real em um futuro próximo," disse Ren.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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