17/08/2012 Descoberto sistema de limpeza do cérebroRedação do Diário da Saúde
A estrutura em verde mostra o fluido cerebroespinhal fluindo em um canal do lado de fora de uma artéria.[Imagem: Iliff et al./Science Translational Medicine]
Faxina no cérebro O cérebro possui seu próprio mecanismo de faxina, responsável por retirar material desnecessário, como células mortas. A descoberta surpreendeu os cientistas, que até agora não tinham ideia sobre a existência desse complexo sistema de limpeza. "Estamos esperançosos de que essa descoberta tenha implicações para muitas condições que envolvem o cérebro, como traumas cranianos, doença de Alzheimer, derrame e Parkinson," disse Dra. Maiken Nedergaard, da Universidade de Rochester (EUA). Sistema glinfático O sistema, altamente organizado, funciona como uma série de tubos que pegam carona nos vasos sanguíneos do cérebro. É uma espécie de sistema de encanamento paralelo, que desempenha no cérebro a mesma função que o sistema linfático faz no resto do corpo - drenar dejetos e compostos em excesso. "A retirada do lixo é de importância central para todos os órgãos, e há muito se tenta descobrir como é que o cérebro se livra dos seus dejetos," disse Nedergaard. Ela e sua equipe batizaram o novo sistema de limpeza do cérebro de "sistema glinfático", já que ele funciona de forma parecida com o sistema linfático, mas é dirigido por células cerebrais chamadas células gliais. Difusão e convecção Os cientistas já sabiam que o líquido cerebroespinhal - também chamado cefalorraquidiano ou líquor - desempenha um importante papel na limpeza do tecido cerebral, retirando os resíduos e fornecendo nutrientes para o tecido cerebral através de um processo conhecido como difusão. O recém-descoberto sistema glinfático leva o líquido cerebroespinhal para todos os cantos do cérebro de forma muito mais eficiente, através do que os cientistas chamam de fluxo de massa ou de convecção. "É como se o cérebro tivesse dois caminhões de lixo - um lento, que a gente já conhecia, e um rápido, que acabamos de conhecer," explicou a Dra Nedergaard. "Dada a alta taxa de metabolismo no cérebro, e sua incrível sensibilidade, não é de surpreender que os seus mecanismos para se livrar dos resíduos sejam mais especializados e maiores do que se acreditava anteriormente." Microscopia de dois fótons Mas como um sistema tão importante conseguiu se esconder dos cientistas até agora? Segundo a pesquisadora, isto ocorreu porque o sistema glinfático somente funciona quando está intacto e, obviamente, no cérebro vivo. E só muito recentemente passou a ser possível observar diretamente o líquido cerebroespinhal fluindo no cérebro de um animal vivo. A técnica utilizada chama-se microscopia de dois fótons, que permite aos cientistas acompanharem o fluxo do sangue, do líquido cérebro-espinhal e de outras substâncias, tudo em tempo real, circulando no cérebro de animais vivos. Foi esta mesma técnica que permitiu recentemente que outros cientistas estudassem os efeitos cerebrais do comportamento: Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br URL: https://diariodasaude.com.br./print.php?article=sistema-glinfatico A informação disponível neste site é estritamente jornalística, não substituindo o parecer médico profissional. Sempre consulte o seu médico sobre qualquer assunto relativo à sua saúde e aos seus tratamentos e medicamentos. |