10/09/2019

Retina humana é reproduzida em um chip

Redação do Diário da Saúde
Retina humana é reproduzida dentro de um chip
Diversas retinas artificiais sendo preparadas em seus respectivos biochips. [Imagem: Fraunhofer IGB]

Órgãos no chip

O desenvolvimento da tecnologia órgão-em-um-chip está se mostrando um enorme avanço para a pesquisa médica, já oferecendo uma alternativa genuína à experimentação animal.

Um órgão em um chip é formado por câmaras de plástico ou vidro, do tamanho de um selo postal, onde minúsculas culturas de tecidos e organoides são alimentados com nutrientes através de um sistema de microcanais - os chamados biochips.

Os pesquisadores usam essas culturas vivas para testar ingredientes ativos, investigar a etiologia das doenças e pesquisar novas terapias medicamentosas. A grande vantagem em relação aos experimentos com animais é que tudo é feito com células humanas.

Já existem inúmeros órgãos em um chip, que usam uma ampla variedade de tipos de tecidos, como músculo cardíaco, fígado, rim e até tecido cerebral, levando alguns pesquisadores a já falarem em um "corpo em um chip".

Retina em um chip

A mais recente inovação na área é um sistema de retina em um chip, apresentando o complexo tecido estratificado da retina humana na forma de um organoide funcional vivo.

Isso exigiu diferenciar células-tronco e incorporá-las no chip, de modo a recriar um tecido de múltiplas camadas. Esse tecido compreende, entre outras coisas, cones e bastonetes sensíveis à luz, epitélio pigmentar da retina e células ganglionares, que compõem o nervo óptico.

"Quando lançamos luz sobre a retina no chip, registramos um sinal eletrofísico nos cones e bastonetes. E agora estamos trabalhando em um sistema com o qual podemos medir quantitativamente esses sinais," disse o Dr. Peter Loskill, do Instituto Fraunhofer (Alemanha).

Esse sistema permitirá mensurar em que medida uma substância influencia a capacidade visual da retina artificial.

"A indústria farmacêutica está mostrando um grande interesse na tecnologia de retina no chip," acrescentou Loskill, acrescentando que esse interesse se deve ao fato de que muitos medicamentos modernos têm efeitos colaterais retinopáticos. Os modelos de teste ainda são raros nesse campo, uma vez que a retina dos animais possui uma estrutura diferente da retina humana.

Além disso, a tecnologia de retina no chip facilitará a pesquisa de doenças da retina e o desenvolvimento de medicamentos para tratar condições como a degeneração macular relacionada à idade e a retinopatia diabética.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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