24/12/2020 Primeira exposição ao coronavírus pode não produzir memória imuneRedação do Diário da Saúde
As preocupações agora se concentram no surgimento de mutações do vírus da Covid-19, além dos eventuais efeitos colaterais da vacina.[Imagem: Pixabay]
Memória imunológica Pesquisadores da Fiocruz constataram que a memória para uma resposta imunológica ao coronavírus SARS-CoV-2 pode não acontecer nos casos brandos da covid-19. É a memória que o sistema imunológico guarda que impede uma nova infecção. A descoberta se deu após o sequenciamento dos genótipos do novo coronavírus e reforça que a reinfecção pelo novo coronavírus é possível, conforme vários casos já documentados em diversos países. O pesquisador Thiago Moreno acompanhou semanalmente quatro indivíduos assintomáticos a partir do início da pandemia, em março, que foram submetidos a testes sorológicos e RT-PCR. No sequenciamento dos genomas, os pesquisadores confirmaram que uma pessoa contraiu o vírus associado a um genoma importado para o país e outra apresentou uma estrutura viral associada ao genoma que já circulava pelo Rio de Janeiro. Todos os indivíduos testaram positivo para Covid-19 e se mantiveram assintomáticos. Segunda contaminação de covid De acordo com Thiago Moreno, uma das pessoas acompanhadas procurou novamente o grupo de pesquisa no final de maio alegando sinais e sintomas mais fortes de Covid-19, como febre e perda de paladar e olfato. "Quando fizemos o RT-PCR mais uma vez, os quatro indivíduos testaram positivo. O que observamos foi uma reinfecção dentro do ambiente familiar. Contudo, a pessoa que apresentou em março o genótipo associado com casos importados no Brasil agora estava infectada por uma outra cepa. No sequenciamento, também foi observado que o outro indivíduo que tinha sido infectado com o genótipo que circulava no Rio continuava com o mesmo genótipo, mas tinha um acúmulo de mutações que permitiu a interpretação de que era uma reinfecção e não uma persistência de infecção," explicou Thiago. A notícia é ruim para o controle da pandemia, uma vez que se coloca contra a chamada "imunidade de rebanho", quando haveria uma diminuição dos casos conforme a maioria da população já tenha sido infectada pelo vírus. "Casos assintomáticos ou muito brandos, se forem reexpostos ao vírus, poderão ter novamente uma infecção. Desta vez, pode ser que o quadro se agrave e que essa infecção seja mais severa do que a primeira, como demonstrado na pesquisa. Por isso, o alerta à população sobre a imunidade para o coronavírus. Em alguns casos, as respostas imunes podem ser fortes num primeiro momento, mas não significa que elas sejam duradouras", concluiu Thiago. O artigo científico descrevendo a descoberta ainda não foi publicado. Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br URL: https://diariodasaude.com.br./print.php?article=primeira-exposicao-coronavirus-nao-produzir-memoria-imune A informação disponível neste site é estritamente jornalística, não substituindo o parecer médico profissional. Sempre consulte o seu médico sobre qualquer assunto relativo à sua saúde e aos seus tratamentos e medicamentos. |