23/03/2020

Poluição do ar é um dos mais perigosos riscos à saúde do mundo

Redação do Diário da Saúde
Poluição do ar é um dos mais perigosos riscos à saúde do mundo
Quanto mais forte a cor de um país neste mapa, mais a expectativa de vida diminui devido à poluição do ar. A média global foi de 2,9 anos a menos.[Imagem: Lelieveld et al. - 10.1093/cvr/cvaa025]

Pandemia de poluição do ar

Pesquisadores calculam que os efeitos da poluição do ar diminuem a expectativa de vida das pessoas em todo o mundo em quase três anos, em média.

Já se sabia que a exposição a longo prazo à poluição do ar aumenta os riscos de doenças cardiovasculares e respiratórias. Mas nunca havia sido feito um estudo de tão grande alcance, mostrando que o ar poluído é um risco à saúde que não pode ser evitado pela população.

Cientistas do Instituto Max Planck e da Universidade de Mainz (Alemanha) calcularam que a perda global de expectativa de vida causada pela poluição do ar é maior do que muitos outros fatores de risco, como fumo, doenças infecciosas ou violência.

A poluição do ar causou 8,8 milhões de mortes prematuras em todo o mundo em 2015. Isso corresponde a uma redução média na expectativa de vida per capita de 2,9 anos.

Em comparação, o tabagismo reduz a expectativa de vida em uma média de 2,2 anos (7,2 milhões de mortes), o HIV/AIDS em 0,7 ano (1 milhão de mortes), doenças parasitárias e transmitidas por vetores como a malária em 0,6 ano (600.000 mortes).

"A poluição do ar excede a malária como causa de morte prematura por um fator de 19; excede a violência por um fator de 17 e o HIV/AIDS por um fator de 9. Dado o enorme impacto na saúde pública e na população global, pode-se dizer que nossos resultados indicam uma pandemia de poluição do ar," disse o professor Jos Lelieveld.

Mortes por poluição

Os resultados mostram que a mortalidade causada pela poluição do ar ambiente é mais alta no leste da Ásia (35%) e no sul da Ásia (32%), seguida pela África (11%), Europa (9%) e América do Norte e do Sul (6%).

As taxas de mortalidade mais baixas ocorreram na Austrália (1,5%), associadas aos mais rigorosos padrões de qualidade do ar vigentes naquele país, em comparação com todos os demais países.

"Entendemos cada vez mais que partículas finas favorecem principalmente os danos vasculares e, portanto, doenças como ataque cardíaco, acidente vascular cerebral, arritmia cardíaca e insuficiência cardíaca. É de extrema importância que a poluição do ar seja adotada como fator de risco cardiovascular e que seja mencionada com distinção nas diretrizes de prevenção, síndromes agudas e coronárias e insuficiência cardíaca," concluiu Thomas Münzel, membro da equipe.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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