17/12/2014 Plasma elimina biofilme que causa doenças bucaisCom informações da Agência FAPESP
O plasma utilizado foi obtido por meio da ionização do gás argônio, dando origem a íons, radicais livres, elétrons e radiação eletromagnética - sendo essa combinação de agentes efetiva para combater bactérias e fungos. [Imagem: Juliana Delben]
Plasma benigno O plasma, o chamado quarto estado da matéria, é geralmente associado com eventos dramáticos, de altíssima temperatura, como raios ou a superfície do Sol. Na tecnologia, ele está presente em soldas e em reatores de fusão nuclear. Por isso, pode soar um tanto estranho que os dentistas estejam prestes a transformar o plasma em um instrumento eficiente para cuidar da saúde bucal dos seus pacientes. A diferença crucial é que se trata de um plasma de baixa temperatura, obtido a partir da ionização do gás argônio. Biofilme bucal Juliana Aparecida Delben e seus colegas da Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Araraquara demonstraram que o plasma é capaz de eliminar o biofilme bucal, o agregado de microrganismos que cresce no interior da boca, comprometendo a saúde de dentes, implantes e gengivas. O procedimento mostrou-se efetivo contra microrganismos em aplicações de apenas alguns segundos, tornando-o inovador quando comparado às terapias convencionais. O estudo foi premiado pela Sociedade Brasileira de Pesquisa Odontológica e selecionado como um dos dois trabalhos que deverão representar o Brasil na reunião anual da International Association for Dental Research (IADR), agendada para março de 2015, em Boston, Estados Unidos. O procedimento mostrou eficácia no combate a um biofilme maduro, resistente à erradicação por meio de antibióticos. Ao mesmo tempo, os testes com o epitélio reconstituído não evidenciaram nenhum sinal de necrose (morte celular) ou apoptose (autodestruição celular ordenada). "As células continuaram com sua função preservada", disse a pesquisadora. Plasma de argônio O plasma utilizado foi obtido por meio da ionização de gás de argônio, dando origem a íons, radicais livres, elétrons e radiação eletromagnética - sendo essa combinação de agentes efetiva para combate a bactérias e fungos. "Além disso, com a aplicação do plasma, ocorre, no interior do biofilme, a formação de espécies reativas de oxigênio, que provavelmente causam dano no DNA e ruptura da estrutura protetora dos microrganismos, eliminando uma quantidade significativa deles," informou Juliana. Esse tipo de plasma já é usado na dermatologia para tratar feridas crônicas, que não saram por causa da contaminação bacteriana. Em algumas aplicações dermatológicas, foi constatado que, ao mesmo tempo em que elimina o biofilme, o plasma estimula a multiplicação das células saudáveis, favorecendo a regeneração do tecido. Para que o procedimento possa ser considerado plenamente seguro, os pesquisadores deverão verificar agora a possibilidade de mutação celular durante o processo. Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br URL: https://diariodasaude.com.br./print.php?article=plasma-elimina-biofilme-causa-doencas-bucais A informação disponível neste site é estritamente jornalística, não substituindo o parecer médico profissional. Sempre consulte o seu médico sobre qualquer assunto relativo à sua saúde e aos seus tratamentos e medicamentos. |