28/01/2025

Parkinson retrocede com estimulação cerebral usando nanopartículas

Redação do Diário da Saúde
Parkinson retrocede com tratamento de estimulação cerebral com nanopartículas
Esquema ilustrativo da técnica de estimulação cerebral profunda sem fios. [Imagem: Junguang Wu et al. - 10.1126/sciadv.ado4927]

Estimulação cerebral contra Parkinson

Em lugar de cirurgias invasivas para inserir eletrodos no cérebro, os sintomas da doença de Parkinson logo poderão ser tratados com uma muito mais suave injeção contendo nanopartículas.

A abordagem clínica mais comum para lidar com os sintomas motores do Parkinson consiste na estimulação cerebral profunda (ECP), que envolve a implantação de eletrodos em regiões específicas do cérebro para modular a atividade neuronal por meio de estimulação elétrica direta.

Dá bons resultados, mas a natureza invasiva do tratamento cobra seus custos, podendo levar ao declínio cognitivo e a distúrbios emocionais, como depressão e ansiedade. Enquanto isso, técnicas não invasivas, como a estimulação transcraniana por corrente contínua e a estimulação magnética transcraniana, podem aumentar a excitabilidade cortical, mas são limitadas pela profundidade de penetração e resolução espacial insuficientes.

Junguang Wu e colegas da Academia Nacional de Ciências (China) estão desenvolvendo uma solução para todos esses problemas, e a abordagem que eles usaram consiste em um nanossistema fototermal sem fios, que permite fazer a estimulação cerebral profunda sem depender da implantação de eletrodos.

A nova técnica passa por uma solução contendo nanopartículas que podem ser ativadas pela luz. As nanopartículas permitem a modulação precisa dos neurônios degenerados ao estimular diretamente a expressão endógena do receptor termossensível TRPV1, oferecendo assim novos caminhos para o tratamento não apenas do Parkinson, mas também de outros distúrbios neurodegenerativos.

Os primeiros testes, feitos apenas em animais, mostraram três vantagens principais: (1) O mecanismo de nanopartículas aproveita os receptores TRPV1 expressos endogenamente nos neurônios dopaminérgicos da substância negra, eliminando a necessidade de eletrodos neurais implantados ou manipulação genética; (2) permite a modulação espaço-temporal precisa de neurônios degenerativos em regiões cerebrais específicas ao integrar a tecnologia de laser infravermelho próximo; (3) e apresentou excelente biossegurança.

Novos testes mais específicos serão necessários, mas a equipe espera no futuro obter autorização para que os testes possam ser feitos em pacientes.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

URL:  https://diariodasaude.com.br./print.php?article=parkinson-retrocede-tratamento-estimulacao-cerebral-nanoparticulas

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