08/02/2023 Conheça o Ataque Isquêmico Transitório e saiba como se cuidarCom informações do Jornal da USP
Os sintomas são os mesmos do derrame, embora o quadro tenha reversão espontânea, sem sequelas. [Imagem: Freepik]
Ataque Isquêmico Transitório Os primeiros sintomas podem ser dificuldade para falar, se locomover, ou os pensamentos ficam confusos. Nem sempre, contudo, esses sintomas são de um AVC, ou acidente vascular cerebral, mas eles podem indicar um AIT, ou ataque isquêmico transitório. É um evento transitório, o que significa que ele geralmente apresenta uma reversão espontânea, por isso é considerado menos grave. O problema é que o AIT pode servir como sinal de alerta para um AVC iminente, muito mais grave, e que geralmente deixa sequelas permanentes, além do risco de morte. Na verdade, o AIT é um subtipo do AVC. E, quando se fala de AVC, ou derrame, é preciso saber que há dois tipos principais: o hemorrágico e o isquêmico. "Nos AVCs hemorrágicos, nós temos rompimento de artérias que levam a sangramentos dentro do cérebro e, no caso do subtipo isquêmico, nós estamos falando de entupimento dessa artéria, uma obstrução ao fluxo de uma determinada artéria. Sempre que a gente fala de um AIT, a gente está falando de um subtipo isquêmico, ou seja os AITs são causados por interrupção no fluxo sanguíneo de um vaso cerebral, um entupimento de uma artéria. Esse entupimento, essa obstrução sanguínea, leva a uma falta de oxigênio e a falta de oxigênio leva a um comprometimento do funcionamento do cérebro," explica o Dr. César Lopes, neurologista do Hospital das Clínicas da USP. Como o AIT geralmente tem reversão espontânea, o paciente não fica com sequelas neurológicas e os sintomas desaparecem. "A duração desse evento pode variar de minutos a algumas horas. Já no caso do AVC, essa obstrução de fluxo sanguíneo não tem uma melhora espontânea, então, o paciente fica com sequelas neurológicas, caso ele não seja tratado a tempo," explicou o Dr. César. Qualquer que seja a sigla, vá para o hospital Como serve de sinal de alerta para um problema mais grave, é importante saber como agir no caso de suspeita de AIT. "Quando a gente está diante de uma pessoa que se apresenta com qualquer sintoma ou sinal sugestivo de um comprometimento, de um problema de funcionamento do cérebro, a gente deve pensar que ela pode estar tendo um AIT ou um AVC. Que sintomas são esses? Dificuldade para falar, dificuldade para se comunicar, fraqueza e perda de sensibilidade numa região do corpo, perda de visão, vertigem, tontura súbita que dificulta o caminhar, ou seja, que tem dificuldade de equilíbrio e de coordenação. Esses sintomas são sugestivos de algum problema cerebral. "Então, diante desses sintomas, é importante que essa pessoa seja levada para um hospital o mais rápido possível. Os sintomas do AIT, do AVC isquêmico ou do AVC hemorrágico são os mesmos, a gente não consegue diferenciar se a pessoa vai ter um AIT, se ela vai ter um AVC isquêmico ou um AVC até hemorrágico, com sangramento dentro do cérebro, antes que ela seja levada para o hospital," alerta o especialista. Ou seja, em nenhuma hipótese se deve apostar que os sintomas vão melhorar por si sós: Quanto mais rápida a avaliação médica, melhor. Diagnóstico e tratamento Quando se sofre um AIT, é realizada uma investigação completa para descobrir a causa do problema e, desse modo, prevenir novos eventos neurológicos. Os exames buscam a causa que levou à interrupção do fluxo sanguíneo cerebral, mas o paciente pode precisar de medicação antes mesmo de completado o diagnóstico. "Na fase aguda, a gente pode usar medicações para prevenir novos eventos, como os antiagregantes plaquetários, como um AAS, por exemplo, mas a gente sabe que o tratamento mais eficaz é tratar a causa do AIT. Alguns pacientes podem passar por procedimentos ou cirurgias para tratar a causa do AVC, um exemplo é a cirurgia, direcionada para tratar placas nas artérias do pescoço, que às vezes podem causar o AVC ou AIT," explicou o Dr. César. Como o número de AVCs é crescente, é importante atuar na prevenção, sobretudo lidando com os fatores de risco. "Os fatores de risco relacionados ao AIT são muitos, como pressão alta, diabete, tabagismo, colesterol alto e obesidade. Problemas no coração e arritmias também podem aumentar o risco de a pessoa ter um AIT. É possível prevenir a doença por meio do tratamento, do controle dessas condições médicas, pelo controle dos fatores de risco e também por meio da promoção de saúde e mudança do estilo de vida," concluiu o Dr. César. Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br URL: https://diariodasaude.com.br./print.php?article=o-que-e-ataque-isquemico-transitorio A informação disponível neste site é estritamente jornalística, não substituindo o parecer médico profissional. Sempre consulte o seu médico sobre qualquer assunto relativo à sua saúde e aos seus tratamentos e medicamentos. |