12/12/2023

O mundo precisa de mais empatia - e a ciência pode ajudar

Redação do Diário da Saúde

Empatia e imaginação

Em um período marcado por divisões profundas e convulsões sociais, a empatia tornou-se mais crítica do que nunca.

E a ciência sugere que, quando se trata de evocar empatia, a nossa imaginação é mais poderosa do que pensávamos. E diferentes maneiras de vivenciar a empatia afetam nossa disposição de ajudar os outros.

"A empatia é a capacidade de compreender a situação de outra pessoa e é vital para comportamentos pró-sociais. No entanto, sabemos que a empatia não é apenas uma coisa - podemos experimentá-la de forma muito diferente, seja como sofrimento pessoal ou preocupação compassiva por aquela outra pessoa," contextualizou a professora Signy Sheldon, da Universidade McGill (Canadá).

Até agora, as pesquisas sobre a empatia têm-se centrado largamente em experimentos que envolvem imaginar ajudar outra pessoa, e então medindo o quanto isso pode promover a compaixão. Mas não há experimentos sobre como imaginar a situação de outra pessoa afeta a própria empatia, que é normalmente o nosso primeiro curso de ação mental.

A equipe da professora Sheldon fez isso e os resultados mostram como outra forma de empatia, a aflição pessoal, ganha todo o destaque quando imaginamos essas situações, podendo na verdade ser um catalisador para tomar medidas para ajudar o outro: Quando imaginamos vividamente os problemas de outra pessoa em nossas mentes, isso nos faz sentir mais sua dor e nos motiva a ajudar.

Estes resultados ajudam a decifrar a ligação entre nossas experiências mentais e nossas ações pró-sociais, um elemento importante do comportamento humano. E também são importantes para explicar por que algumas situações e até pessoas parecem mais empáticas que outras.

Experimentando com empatia

Se você ouvir que seu amigo perdeu um ente querido ou que o carro de um vizinho foi roubado, o que acontece em sua mente? Você assume a dor do seu amigo ou sente preocupação e compaixão?

Para tentar elucidar isto, a pesquisa envolveu três experimentos online onde os participantes deviam visualizar-se verdadeiramente no lugar da outra pessoa.

"Nossos experimentos revelaram que, quando as pessoas simulavam cenários angustiantes de outros indivíduos, elas sentiam muito mais sofrimento pessoal do que quando esses cenários não eram simulados. Curiosamente, também descobrimos que imaginar esses cenários dessa forma aumentava a disposição de ajudar aquele indivíduo," detalhou Sheldon.

Como imaginar a situação dos outros está ligado à memória episódica, esta descoberta levanta questões significativas sobre a ligação entre a capacidade de memória e a empatia. Mas isto exigirá novas pesquisas.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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