18/01/2023

O modo como aprendemos com os erros pode levar à ansiedade

Redação do Diário da Saúde

Expectativas, erros e aprendizado

Há quem garanta que você aprende mais com seus acertos do que com seus erros; de qualquer modo, se errar é natural, tirar proveito dos próprios erros é essencial.

Grande parte dos nossos erros nasce bem antes de serem cometidos, quando formamos expectativas incorretas.

"Quer estejamos conscientes disso ou não, estamos sempre formando expectativas," comentou o professor Aaron Heller, da Universidade de Miami (EUA). "Sempre que nossas expectativas estão erradas, elas se tornam um sinal de aprendizado que usamos para formar melhores expectativas no futuro."

O modo como aprendemos com as expectativas errôneas que enfrentamos no mundo real é algo que difere muito de pessoa para pessoa: Enquanto algumas podem desenvolver um ponto de vista otimista em relação à vida, aprender com o erro e seguir adiante, outras podem assumir uma perspectiva mais pessimista, remoendo o erro e caindo em culpa.

Os psicólogos têm analisado há tempos como as previsões e as expectativas podem afetar o humor e as perspectivas dos indivíduos, mas sempre usando ambientes controlados de laboratório. A equipe do professor Heller decidiu melhorar isto, investigando os altos e baixos das expectativas humanas em um ambiente realístico.

Uma pitada de otimismo contra a ansiedade

Foi o pesquisador William Villano que teve a ideia de adotar uma abordagem mais naturalista. Para isso, ele usou o que mais importa para os alunos de graduação - suas notas nos exames.

Villano então projetou um estudo para analisar as expectativas dos alunos em relação às notas que acreditavam que teriam nas provas em um curso de graduação de química. Os alunos enviavam à equipe a nota que esperavam obter (de zero a 100) em cada exame e, a seguir, as notas que cada um havia realmente tirado.

No geral, a maioria dos estudantes apresentou um viés de aprendizado otimista - eles esperavam tirar notas melhores do que tiraram. É um comportamento comum entre estudantes, uma vez que cedo aprendemos que nos saímos melhor nas provas se formos para a escola acreditando que estamos bem preparados.

No entanto, houve outro grupo de alunos que se mostrou consistentemente pessimista ao longo do semestre.

"Quando os alunos mais otimistas receberam uma pontuação mais baixa do que esperavam, eles mudaram suas expectativas de forma adequada, mas não fizeram uma correção excessiva [de suas expectativas] após essas decepções. Mas os alunos que eram mais pessimistas tenderam a prever que obteriam uma pontuação ainda mais baixa no exame seguinte, mesmo que sua última nota tenha sido um pouco mais alta do que o previsto," contou o professor Heller. "Isso os levou a serem mais imprecisos em sua expectativa geral."

Em essência, o estudo apresenta evidências de que as emoções positivas e negativas não foram motivadas apenas pelas notas que receberam no exame, mas pelo que esperavam receber. E, ao acompanhar os estudantes por um período adicional, os pesquisadores notaram um maior nível de ansiedade entre os estudantes mais pessimistas.

"Ajudar as pessoas a terem expectativas mais precisas é uma importante opção de tratamento para coisas como ansiedade e depressão," disse Heller.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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