13/04/2021 Não deixe que pequenos transtornos estraguem o seu diaRedação do Diário da Saúde
Mas tome cuidado ao lidar com as emoções negativas para não piorar as coisas.[Imagem: Steve Buissinne/Pixabay]
Negatividade e ruminação Quanto mais tempo a negatividade permanecer em seu cérebro, mais infeliz você será. Isso pode parecer óbvio, mas a maioria das pessoas não se dá conta de que a negatividade é produzida por elas mesmas, e não pelos fatores externos a que elas geralmente atribuem a culpa por sua infelicidade. Por exemplo, suponha que você derrube seu café e ele respingue por todo lado, dando um trabalhão para limpar. Pouco depois, um colega aparece para dizer alô - Você resmunga um cumprimento irritado ou cumprimenta seu colega alegremente? Ao analisar a atividade cerebral durante eventos desse tipo, pesquisadores descobriram que a forma como o cérebro de uma pessoa avalia os estímulos negativos fugazes - como aquele copo de café caído - pode influenciar seu bem-estar psicológico a longo prazo. "Uma maneira de pensar sobre isso é que, quanto mais tempo seu cérebro se agarra a um evento ou estímulo negativo, mais infeliz você afirma estar," explicou a professora Nikki Puccetti, da Universidade de Miami. "Basicamente, descobrimos que a persistência do cérebro de uma pessoa em se apegar a um estímulo negativo é o que prediz experiências emocionais diárias mais negativas e menos positivas. Isso, por sua vez, prediz o quão bem elas pensam que estão indo em suas vidas." "A maioria das pesquisas em neurociência humana analisa a intensidade com que o cérebro reage a estímulos negativos, não por quanto tempo o cérebro se agarra a um estímulo. Observamos o efeito de transbordamento - como a coloração emocional de um evento se espalha para outras coisas que acontecem. Compreender os mecanismos biológicos disso é extremamente importante para compreender as diferenças na função cerebral, nas emoções diárias e no bem-estar," acrescentou seu colega Aaron Heller. Amídgala Para entender todo esse mecanismo neuropsicológico, os pesquisadores idealizaram experimentos para medir como diferentes reações a imagens emocionais se relacionam com experiências emocionais momentâneas na vida diária e até mesmo com o bem-estar psicológico ao longo do tempo. As imagens cerebrais mostram que a amígdala - a estrutura em formato de amêndoa dos dois lados do cérebro que avalia os estímulos e dá suporte à emoção e à memória - tem um papel importante na ruminação e na negatividade. Pessoas cuja amígdala esquerda se agarrou a estímulos negativos por menos segundos eram mais propensas a relatar mais emoções positivas e menos negativas em suas vidas diárias - o que transbordou para um bem-estar mais duradouro com o tempo. Ao contrário, pessoas cuja amígdala esquerda reagiu com mais persistência a imagens negativas ao longo do tempo relataram mais emoções negativas e menos positivas em suas vidas diárias. Isso poderia explicar, segundo Puccetti, por que algumas pessoas deixam que uma xícara de café que caiu estrague o seu dia, enquanto outras não pensariam mais no assunto depois de limpar a bagunça. É também por isso que ela espera repetir o estudo com indivíduos que apresentam alto risco de desenvolver depressão ou ansiedade. "Pode ser que eles estejam mostrando uma persistência ainda maior e isso é algo que pode nos dizer por que eles têm mais probabilidade de desenvolver um transtorno psiquiátrico," justificou. Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br URL: https://diariodasaude.com.br./print.php?article=nao-deixe-pequenos-transtornos-estraguem-seu-dia A informação disponível neste site é estritamente jornalística, não substituindo o parecer médico profissional. Sempre consulte o seu médico sobre qualquer assunto relativo à sua saúde e aos seus tratamentos e medicamentos. |