22/10/2010 Vírus H1N1 sofre mutação, mas nova epidemia é improvávelRedação do Diário da Saúde
"Tais mutações adaptativas devem ser cuidadosamente monitoradas enquanto o hemisfério norte se aproxima da temporada de gripe do inverno," afirmam os pesquisadores.[Imagem: CDC]
Mutação do H1N1 Em um artigo publicado ontem no jornal médico Eurosurveillance, cientistas da Austrália e de Cingapura alertam para o surgimento de uma variação genética do vírus H1N1, causador da gripe A, ou gripe suína. Segundo Ian Barr e seus colegas, o vírus H1N1 sofreu poucas mutações desde o seu surgimento, mas uma nova cepa foi detectada em Cingapura no início de 2010, e essa mutação genética agora já se espalhou pela Austrália e Nova Zelândia. "Neste momento, essas mudanças na assinatura das proteínas hemaglutinina e neuraminidase não resultaram em mudanças antigênicas significativas que possam tornar menos eficaz a vacina atual, mas tais mutações adaptativas devem ser cuidadosamente monitoradas enquanto o hemisfério norte se aproxima da temporada de gripe do inverno," afirmam os pesquisadores. Vírus estável Contudo, o vírus H1N1 mutante pode contaminar pessoas que já foram vacinadas. É possível, embora ainda não haja dados para conclusões, que a mutação seja mais letal. A mutação do vírus da gripe A era o grande temor dos cientistas. Ao contrário do que se previa, contudo, o H1N1 mostrou-se altamente estável e poucas mutações foram verificadas até agora. A Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou o fim da pandemia de gripe suína em Agosto de 2010, sob inúmeras críticas de que os alertas sobre a epidemia haviam sido exagerados. Do ponto de vista científico, contudo, os cientistas continuam tentando entender o vírus H1N1. Nova epidemia de H1N1 é improvável Um outro estudo, também divulgado ontem, e que ainda será publicado no Jornal da Associação Médica Canadense, afirma que é improvável que haja uma nova epidemia da gripe A(H1N1). Apesar disso, Danuta Skowronski e seus colegas da Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá, recomendam que os adultos acima de 50 anos, particularmente aqueles com condições crônicas, sejam imunizados contra a gripe para a próxima estação de inverno no hemisfério Norte. O estudo comparou os níveis de anticorpos sanguíneos contra a gripe H1N1, antes e depois da pandemia de 2009. Eles analisaram 1.127 pessoas com idades entre nove meses e 101 anos. Proteção contra o H1N1 Amostras coletadas antes da pandemia indicam que menos de 10% das crianças e adultos com menos de 70 anos apresentam níveis protetores de anticorpos H1N1, enquanto 77% das pessoas acima de 80 anos apresentam níveis suficientes para a proteção. No seguimento, após as ondas de infecção e a campanha de vacinação de 2009, os cientistas encontraram uma taxa de proteção de 70% em pessoas abaixo de 20 anos de idade, mas menores taxas de soroproteção em adultos de 20-49 (44%) e 50-79 anos de idade (30%). Pessoas com idade entre 70-79 anos apresentaram a menor taxa de anticorpos (21%), enquanto aqueles com mais de 80 anos tinham taxas mais elevadas. Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br URL: https://diariodasaude.com.br./print.php?article=mutacao-virus-h1n1 A informação disponível neste site é estritamente jornalística, não substituindo o parecer médico profissional. Sempre consulte o seu médico sobre qualquer assunto relativo à sua saúde e aos seus tratamentos e medicamentos. |