11/05/2023

Música animada supera música clássica em terapias cognitivas

Redação do Diário da Saúde
Música animada supera música clássica em terapias cognitivas
Para aprender melhor, uma música mais animada é melhor do que uma música calmante. [Imagem: Clem Onojeghuo/Unsplash-Daniel Paxton]

Efeitos da musicoterapia

Dada a falta de tratamentos eficazes para lidar com o comprometimento cognitivo, a musicoterapia tem sido tradicionalmente proposta como uma alternativa terapêutica para melhorar as tarefas relacionadas à memória e várias outras condições, incluindo a hipertensão e até a depressão em crianças e adolescentes.

Contudo, os efeitos de ouvir música ainda são muito controversos entre os cientistas. E a razão para as discrepâncias nos resultados dos diversos estudos pode ter sido descoberto agora por Marco Calabria e colegas da Universidade da Catalunha (Espanha).

Acontece que a relação entre ouvir música e a melhoria dos processos cognitivos é determinada por parâmetros interindividuais, o que significa que o modo de operação da musicoterapia pode ser mais complexa do que se pensava anteriormente, complicando muito o resultado de experimentos realizados em condições de laboratório.

Estudando um fenômeno conhecido como Efeito Mozart, a equipe concluiu que ouvir música clássica de fundo durante a execução de tarefas de memória não melhora e nem prejudica os níveis de aprendizagem entre pessoas com comprometimento cognitivo leve.

No entanto, eles também descobriram que ouvir música de "alta excitação" tem um efeito positivo em pessoas que estão acostumadas a usar a música como um regulador emocional em suas vidas cotidianas, o que sugere que há potencial para novas hipóteses e novos tipos de experimentos.

"Não encontramos nenhum impacto geral sobre o efeito da música em termos de efeitos positivos ou negativos na aprendizagem em casos de CCL [comprometimento cognitivo leve], mas descobrimos que o impacto pode ser modulado para cada indivíduo. Se as pessoas usam regularmente a música como um regulador emocional em sua vida diária, como para ajudá-las a manter a calma ou para companhia, elas terão mais facilidade para obter mais benefícios da música quando tiverem que aprender algo novo," explicou Calabria.

Música mais animada funciona melhor

Embora a música clássica seja tipicamente usada em experimentos de musicoterapia, devido ao seu alegado efeito relaxante e calmante, Calábria quis fazer uma terceira experiência com música popular considerada mais estimulante do que relaxante. Em um experimento preliminar, ele selecionou uma versão instrumental de Un rayo de sol, do grupo Los Diablos.

Os resultados do experimento com esta música mais animada indicam que "o uso da música como estratégia de regulação do humor está associado a um melhor desempenho em tarefas de memória," escreveu a equipe.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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