09/08/2019

Menor stent do mundo para cirurgias em bebês ainda no útero

Redação do Diário da Saúde
Menor stent do mundo
O menor stent do mundo mede 50 micrômetros de largura (0,05 mm) e meio milímetro de comprimento.[Imagem: Marco et al. - 10.1002/admt.201900332]

Stent miniatura

Pesquisadores do Instituto Federal de Tecnologia (ETH) de Zurique (Suíça) desenvolveram um novo método para produzir microestruturas maleáveis para aplicações médicas.

O primeiro protótipo é um stent vascular que é 40 vezes menor do que era possível fabricar até agora.

Além de serem usados no tratamento de pacientes com problemas cardiovasculares, a miniaturização do stent permitirá tratar pacientes ainda mais sensíveis: Bebês ainda no útero, acometidos por uma condição chamada constrição do trato urinário.

Aproximadamente uma em cada mil crianças desenvolve uma estenose uretral, algumas vezes ainda no útero. Para evitar que os níveis de urina na bexiga se acumulem, o que pode representar risco de vida, os cirurgiões pediátricos precisam remover cirurgicamente a seção afetada da uretra e costurar novamente as extremidades abertas do tubo.

Seria menos prejudicial para os rins, no entanto, se um stent pudesse ser inserido para ampliar a constrição, enquanto o feto ainda está no útero. O problema é que não havia um stent pequeno o suficiente para esse tipo de cirurgia.

Menor stent do mundo

Carmela De Marco e seus colegas venceram o desafio através de uma técnica que eles chamam de impressão 4D indireta. O calor de um feixe de laser é usado para cortar um modelo tridimensional - um negativo 3D - em um molde cujo material pode ser dissolvido com um solvente. Em seguida, o negativo é preenchido com um polímero especial, com uma propriedade chamada "memória de forma", que é finalmente curado usando luz UV. Na etapa final, o molde é dissolvido e o stent tridimensional está pronto.

É justamente a propriedade de memória de forma do stent que lhe dá sua quarta dimensão. Mesmo que o material seja deformado, ele "lembra" sua forma original e retorna a essa forma quando quando é aquecido. Ele é então comprimido para a cirurgia e, uma vez implantado no paciente, retorna à sua forma original, ampliando a área restrita do trato urinário.

Agora que o dispositivo está pronto, a equipe se prepara para o longo caminho até os testes em pacientes humanos, caminho este que deverá começar com a avaliação de segurança e biocompatibilidade e, a seguir, com testes em modelos animais.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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