07/01/2019

Meditação e música melhoram indicadores de envelhecimento e Alzheimer

Redação do Diário da Saúde
Meditação e música melhoram indicadores de envelhecimento e Alzheimer
Outro estudo mostrou que a meditação supera também a dança para harmonizar corpo e mente. Na verdade, diferentes tipos de meditação afetam diferentes partes do cérebro.[Imagem: Northeastern University]

Prevenção contra a demência

Meditação e música alteram os marcadores sanguíneos do envelhecimento celular e da doença de Alzheimer em adultos com perda precoce de memória.

A conclusão é de um ensaio clínico randomizado que avaliou sessenta idosos com declínio cognitivo subjetivo (DCS), ou declínio cognitivo leve, uma condição que pode representar um estágio pré-clínico da doença de Alzheimer.

Embora o declínio cognitivo leve venha sendo associado ao aumento do risco de demência e a certas alterações neuropatológicas implicadas no desenvolvimento da doença de Alzheimer, incluindo níveis elevados de beta-amiloide no cérebro, este período pré-clínico também pode fornecer uma janela crítica para a intervenção terapêutica.

Funções objetivas e subjetivas

Neste ensaio controlado, cujos resultados preliminares haviam sido anunciados no ano passado, cada participante foi aleatoriamente designado para um programa de meditação para iniciantes (Kirtan Kriya) ou para ouvir música. Cada um devia praticar sua tarefa 12 minutos por dia durante 12 semanas.

No início do estudo e três meses após a intervenção foram coletadas amostras de sangue para avaliar indicadores objetivos de saúde. Foram acompanhados dois marcadores de envelhecimento celular: comprimento dos telômeros e atividade da telomerase. Os telômeros funcionam como capas protetoras nos cromossomos, enquanto a telomerase é uma enzima responsável por manter o comprimento dos telômeros. Também foram monitorados os níveis sanguíneos de peptídeos beta-amiloide, comumente ligados à doença de Alzheimer.

Além disso, memória e função cognitiva, estresse, sono, humor e qualidade de vida foram medidos. Todos os participantes foram acompanhados por um total de seis meses pela equipe da professora Zenzi Huysmans, da Universidade Oeste da Virgínia (EUA). Os resultados foram publicados no Journal of Alzheimer's Disease.

Música é bom, meditação é melhor

O grupo de meditação apresentou aumentos significativamente maiores em um peptídeo beta-amiloide (Aβ 40) do que o grupo musical. Aumento nos níveis de beta amiloide foram correlacionados com melhorias na memória e na função cognitiva, bem como com os de humor, sono e qualidade de vida tanto aos três quanto aos seis meses. Essas associações positivas foram substancialmente mais pronunciadas no grupo de meditação.

A atividade da telomerase aumentou nos grupos de meditação e música, embora os aumentos tenham sido significativos apenas entre os participantes que tinham valores mais baixos no início do estudo (<= percentil 50) e que praticaram com mais frequência ao longo da intervenção.

Da mesma forma, aumentos no comprimento dos telômeros também foram significativamente maiores entre os participantes com valores mais baixos no início do estudo. Aumentos no comprimento dos telômeros e na atividade da telomerase também foram correlacionados com melhorias em alguns resultados cognitivos e psicossociais.

Finalmente, ambos os grupos melhoraram significativamente a memória e a função cognitiva, bem como o sono e o estado psicológico, embora as melhorias no estresse, humor e qualidade de vida tenham sido substancialmente maiores no grupo de meditação. Essas melhorias foram mantidas ou reforçadas aos seis meses, três meses após o término da intervenção.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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