28/04/2009

Médicos europeus descartam exames de câncer de próstata como rotina

Redação do Diário da Saúde

Unanimidade científica

Os exames preventivos para o câncer de próstata - toque retal e dosagem de PSA - continuam sob fogo cerrado das comunidades médicas e dos cientistas de todo o mundo.

No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer já se manifestou contrariamente à recomendação desses exames como rotina (veja Toque retal para prevenção de câncer de próstata não deve ser rotina e INCA mantém restrições ao exame de toque retal).

Logo a seguir, uma pesquisa científica demonstrou que esses exames podem ser absolutamente desnecessários para homens a partir de determinada idade (veja Exame para diagnóstico do câncer de próstata pode ser desnecessário).

Prejuízos são maiores do que benefícios

Agora foi a vez da Associação Europeia de Urologia emitir um comunicado oficial para afirmar que não apoia a realização de exames de toque retal e PSA como uma rotina para todos os homens.

Segundo a entidade, ela está emitindo alerta "levando em consideração as recentes informações científicas levantadas por estudos de avaliação randômicos sobre o câncer de próstata."

"Para cada morte por câncer de próstata evitada, 1.410 homens passaram pela avaliação, enquanto 48 receberam tratamento em excesso," diz o comunicado oficial da entidade, baseando-se em um estudo feito em toda a Europa com 162.000 homens com idades entre 55 e 69 anos.

Perigo do excesso de tratamento

Segundo o comunicado, o diagnóstico excessivo do câncer de próstata, que nem sempre progride para suas formas letais, pode levar a tratamentos exagerados e excessivos.

"O câncer de próstata é um problema de saúde sério e uma das principais causas de morte masculina por câncer. Entretanto, os dados atualmente publicados são insuficientes para recomendar a adoção de uma avaliação em larga escala para o câncer de próstata como uma política de saúde pública devido ao grande efeito do sobretratamento."

"Antes que o rastreamento seja considerado pelas autoridades nacionais de saúde, o nível dos atuais exames oportunísticos, o diagnóstico escessivo, o sobretratamento, a qualidade de vida e os custos devem ser levados em conta."

Os exames ainda não são bons o suficiente

"Os profissionais de saúde, sobretudo os urologistas, devem evitar o excesso de tratamento desenvolvendo métodos seguros de monitoramento e segurança sem a terapia invasiva. As terapias invasivas devem ser moldadas às necessidades dos pacientes e ao prognóstico do câncer diagnosticado."

O comunicado também ressalta a necessidade de novas pesquisas científicas que possam descobrir melhores técnicas, principalmente de geração de imagens médicas não-invasivas e ao descobrimento de novos sinalizadores da doença que possam melhorar o valor preditivo dos exames.

Recomendação aos homens

"Na falta de um rastreamento para toda a população, a Associação Européia de Urologia aconselha aos homens que efetuam exames de dosagem de PSA e biópsia de próstata, para obterem informações sobre os ricos e os benefícios dos exames e fazer uma avaliação individual de risco," recomenda a entidade.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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