11/01/2016

Medicamento antiácido aumenta risco de morte de paciente hospitalizado

Redação do Diário da Saúde

Inibidores da bomba de prótons

Um medicamento antiácido largamente utilizado para reduzir a azia ou prevenir hemorragias no estômago e intestino pode estar induzindo males nos pacientes muito mais graves do que os benefícios que o medicamento poderia ter.

Esse medicamento bem-intencionado pode na verdade aumentar o risco de que o paciente morra durante a internação ao torná-lo suscetível a infecções que apresentam mais risco do que os eventuais sangramentos que o antiácido busca evitar.

Essa classe de medicamentos é conhecida como inibidores da bomba de prótons (IBP, ou PPI na sigla em inglês para proton-pump inhibitors), voltada para a redução da produção de ácido gástrico.

Os mais comuns são omeprazol, pantoprazol, lanzoprazol, rabeprazol, esomeprazol e tenatoprazol.

Risco consistente

"Muitos pacientes que chegam ao hospital estão tomando esses medicamentos e, por vezes, começam a tomá-los no hospital para tentar evitar sangramentos gastrointestinais," explica o Dr. Matthew Pappas, da Universidade de Michigan (EUA).

"Mas outros pesquisadores demonstraram que essas drogas parecem aumentar o risco de pneumonia e [da bactéria] Clostridium difficile, duas infecções graves e potencialmente fatais das quais os pacientes internados também estão em risco," continuou Pappas.

A equipe então desenvolveu um sistema para comparar os dois riscos e descobriu que "nós estamos expondo muitos pacientes internados a riscos de morte mais elevados do que o que teriam normalmente - e, embora não seja um efeito grande, é um efeito consistente".

"Prevenção fatal"

Os dados mostram que cerca de 90% dos pacientes internados que receberam uma prescrição do medicamento antiácido já no hospital apresentaram um risco maior de morrer durante o período que tomaram o remédio, em comparação com o risco que teriam considerando apenas sua situação original.

E cerca de 80% dos pacientes que já estavam tomando os inibidores da bomba de prótons quando chegaram ao hospital também apresentaram um aumento do risco de morrer, embora menor.

O risco extra de morte, de acordo com os pesquisadores, vem do fato de que a redução de ácido no estômago pode aumentar o risco de infecções - especialmente pneumonia e Clostridium difficile -, ambas representando um sério risco para pacientes hospitalizados.

Em vista desses resultados, o Dr. Matthew Pappas recomenda que a prescrição dos inibidores de bomba de prótons seja reduzida ao mínimo quando o objetivo é meramente adotar uma medida preventiva contra o sangramento gastrointestinal em pacientes internados.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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