31/03/2022

Lesão no ombro pode ser efeito colateral raro da vacinação

Redação do Diário da Saúde
Lesão no ombro pode ser efeito colateral raro da vacinação
As lesões no ombro ocorrem quando a vacina é aplicada fora do músculo deltoide. [Imagem: CC0 Public Domain/Pixabay]

Danos ao ombro causados pela vacinação

Um estudo retrospectivo descobriu que a aplicação de vacinas intramusculares, administradas visando o músculo deltoide, pode ocasionar uma lesão no ombro, embora com probabilidade muito baixa: Menos de 1 lesão em cada 10.000 pacientes que receberam uma vacina.

Os dados foram coletados entre abril de 2016 e dezembro de 2017, portanto, antes da pandemia de covid-19. De fato, o maior risco envolveu a vacina pneumocócica conjugada.

O mecanismo mais aceito pela comunidade científica para explicar esses eventos anômalos é que os problemas do ombro são causados por respostas imunológicas quando as vacinas são injetadas na articulação do ombro, em vez de no músculo deltoide. No entanto, os dados epidemiológicos sobre as condições do ombro após a vacinação são limitados.

Apesar da baixa incidência, Chengyi Zheng e seus colegas da Kaiser Permanente, uma grande organização privada de saúde dos EUA, afirmam que, dada a alta carga das condições do ombro, os médicos devem prestar atenção a quaisquer fatores que possam aumentar ainda mais os riscos.

Bursite deltoide

Nos EUA, o Programa Nacional de Compensação de Lesões por Vacinas (VICP) oferece uma compensação financeira para as pessoas que tiveram efeitos adversos graves listados em uma "tabela de lesões por vacinas".

Em 2017, a lesão no ombro relacionada à administração de vacina (SIRVA) foi adicionada à tabela com base em evidências convincentes de uma relação causal entre a injeção de uma vacina e a bursite deltoide. Além da bursite, contudo, outras condições do ombro têm sido associadas à vacinação.

Os pesquisadores estudaram os registros de saúde de mais de 3,7 milhões de vacinas administradas durante o período para estimar o risco de doenças do ombro após a vacinação e avaliar possíveis fatores de risco.

Entre mais de 3,7 milhões de vacinas administradas, foram identificados 371 casos de doença do ombro, com uma incidência estimada em 0,99 por 10.000 vacinações de adultos. A incidência para receptores pediátricos foi ainda menor, com apenas 4 casos de problemas no ombro em mais de 750.000 vacinações.

Fatores de risco

Os pesquisadores também analisaram os fatores de risco para o desenvolvimento de doenças do ombro e descobriram que, entre os adultos, uma idade avançada, ser do sexo feminino, ter passado por um maior número de consultas ambulatoriais nos seis meses anteriores à vacinação, ter menos comorbidades e receber a vacina pneumocócica conjugada foram associados a um maior risco para condições do ombro.

Entre as vacinas contra a gripe, as vacinas quadrivalentes foram associadas a um risco aumentado de doenças do ombro. A administração simultânea de vacinas foi associada a um maior risco de doenças do ombro em idosos.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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