Ioga afeta mesmas estruturas do cérebro que atividades físicas

Uma revisão da ciência sobre o assunto encontrou evidências de que a ioga aprimora muitas das mesmas estruturas e funções cerebrais que se beneficiam do exercício aeróbico.[Imagem: Neha Gothe]

Ioga e saúde do cérebro

Uma revisão de todas as pesquisas científicas mais recentes sobre o assunto encontrou evidências de que a ioga aprimora muitas das mesmas estruturas e funções cerebrais que se beneficiam do exercício aeróbico.

A descoberta é intrigante porque, embora envolva posturas físicas definidas, a ioga não é de natureza aeróbica, o que indica que deve haver outros mecanismos atuando nos dois casos.

A revisão, publicada na revista Brain Plasticity, concentrou-se em 11 estudos científicos sobre a relação entre a prática de ioga e a saúde do cérebro.

Cinco dos estudos envolveram indivíduos sem experiência na prática de ioga em uma ou mais sessões por semana, durante um período de 10 a 24 semanas, comparando a saúde do cérebro no início e no final da intervenção. Os outros estudos mediram as diferenças cerebrais entre indivíduos que praticam ioga regularmente e aqueles que não praticam.

Cada um dos estudos usou técnicas de imagem cerebral, como ressonância magnética, ressonância magnética funcional ou tomografia computadorizada de emissão de fóton único.

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Todos os estudos selecionados envolviam a modalidade Hatha Yoga, que inclui movimentos corporais, meditação e exercícios respiratórios.

"Nesses 11 estudos, identificamos algumas regiões cerebrais que surgem consistentemente e, surpreendentemente, não são muito diferentes daquilo que vemos nas pesquisas sobre exercícios físicos," disse a professora Neha Gothe, uma das autoras da revisão. "Por exemplo, vemos aumentos no volume do hipocampo com a prática de ioga."

O hipocampo está envolvido no processamento da memória e é conhecido por diminuir de volume com a idade. Muitos estudos analisando os efeitos cerebrais do exercício aeróbico revelaram um aumento semelhante no tamanho do hipocampo. "É também a estrutura que é afetada pela primeira vez na demência e na doença de Alzheimer," disse Gothe.

Embora muitos dos estudos analisados sejam exploratórios e não conclusivos, no geral a ciência aponta para outras importantes alterações cerebrais associadas à prática regular de ioga, disse a pesquisadora Jessica Damoiseaux, coautora do estudo: "A amígdala, uma estrutura cerebral que contribui para a regulação emocional, tende a ser maior em praticantes de ioga do que em seus pares que não praticam ioga. O córtex pré-frontal, o córtex cingulado e as redes cerebrais, como a rede de modo padrão, também tendem a ser maiores ou mais eficientes naqueles que praticam ioga regularmente."

A descoberta de que a ioga pode ter efeitos no cérebro semelhantes ao exercício aeróbico é intrigante e merece mais estudos, ressalta Gothe: "A ioga não é de natureza aeróbica, então deve haver outros mecanismos que levem a essas alterações cerebrais. Até agora, nós não temos evidências para identificar quais são esses mecanismos."

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