19/07/2018

Instituto Butantan desenvolve vacina de cheirar contra pneumonia

Redação do Diário da Saúde
Instituto Butantan desenvolve vacina de cheirar contra pneumonia
Esta cena um tanto amedrontadora poderá se tornar coisa do passado com as vacinas orais, em spray ou sob a língua.[Imagem: Instituto Butantan]

Vacina de cheirar

Pesquisadores do Instituto Butantan estão trabalhando no desenvolvimento de uma nova vacina contra a pneumonia.

A vacina será de uso inalatório, dispensando a utilização de agulhas. E tudo indica que ela poderá ser mais barata, eficiente e prática do que as disponíveis atualmente.

A absorção das substâncias químicas - sejam as drogas médicas ou as drogas ilegais - é muito mais fácil e rápida pelos pulmões do que quando são injetadas pela corrente sanguínea - este é também um dos fatores que explicam os efeitos fisiológicos da aromaterapia.

O imunizante, o elemento ativo da vacina, será uma das proteínas que fazem parte da bactéria Streptococcus pneumoniae, principal causadora de pneumonia no mundo e também conhecida como pneumococo.

A proteína passará por um processo de isolamento e purificação. Depois, será combinada com nanopartículas, que funcionarão como pacotes para transportá-la e introduzi-la no organismo por meio de inalação, chegando até os pulmões de forma precisa e estimulando a produção de anticorpos contra a bactéria.

"A nova vacina deverá ser mais eficiente do que as disponíveis hoje porque poderá proporcionar uma imunização mais ampla. Hoje todas as vacinas contra o pneumococo disponíveis no mundo são compostas de polissacarídeos (que ficam na superfície das bactérias). O problema é que a bactéria Streptococcus pneumoniae tem uma variação enorme que as vacinas atuais não conseguem abranger", disse a pesquisadora Eliane Namie Miyaji à assessoria de comunicação do Butantan.

Vacina em pó

A Streptococcus pneumoniae tem 97 sorotipos diferentes e as vacinas existentes protegem contra no máximo 13 sorotipos. Segundo os pesquisadores, a produção das vacinas existentes atualmente envolve conjugar quimicamente a proteína aos diferentes polissacarídeos, um processo complexo e bastante caro.

A nova vacina poderá ser utilizada em forma de pó, o que facilita a logística para as campanhas de vacinação em massa, dispensando, por exemplo, os sistemas de refrigeração. Outro benefício deverá ser a diminuição dos efeitos colaterais das vacinas.

Segundo o Instituto Butantan, a pesquisa tem três anos para ser concluída e somente depois disso a vacina poderá ser testada em humanos.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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