02/02/2023

Maioria das pessoas vê insetos como alimento para o futuro

Redação do Diário da Saúde
Insetos são fonte alternativa e sustentável de alimento para o futuro, dizem consumidores
Comer carne de inseto é melhor para o meio ambiente do que comer carne de vaca, porco ou frango. [Imagem: Richard Allaway]

Entomofagia

A maioria das pessoas (58%) ouvidas em uma pesquisa feita na Espanha sobre o consumo de insetos acredita que eles podem se tornar uma fonte alternativa e sustentável de proteína no futuro e, portanto, passar a fazer parte da nossa dieta.

Marta Ros e seus colegas da Universidade da Catalunha queriam identificar parâmetros que ajudariam a melhorar a aceitação do consumo de insetos para poder introduzi-los como uma fonte sustentável de proteína na dieta normal.

Inúmeros estudos têm demonstrado que criar insetos é econômica e ambientalmente mais vantajoso do que criar outros animais para abate, como bois e porcos, e ingeri-los não representa nenhuma perda nutricional em relação à carne tradicional.

Embora a entomofagia - o consumo de insetos como alimento por humanos e animais - tenha sido uma prática comum entre nossos ancestrais, desde a China antiga e dos acontecimentos bíblicos até o Império Romano, ela foi abandonada há muito tempo, e hoje só existe marginalmente, normalmente como uma alternativa para populações de renda mais baixa.

As razões para isso, contudo, são apenas culturais, já que o aspecto nutricional conta uma história bem diferente.

Estudos já mostraram resultados positivos para controle de peso, redução dos níveis de glicose e colesterol no sangue e aumento da diversidade da microbiota. As gorduras que os insetos comestíveis contêm são ricas em ácidos graxos insaturados, principalmente ácidos graxos poliinsaturados, que podem trazer benefícios na alimentação.

Especificamente os estudos em humanos mostram que os insetos comestíveis ajudam a melhorar a saúde intestinal, reduzem a inflamação sistêmica e aumentam significativamente as concentrações sanguíneas de aminoácidos.

Aceitabilidade dos insetos como alimento

A grande maioria dos entrevistados (86%) afirmou nunca ter comido insetos, e apenas 13% afirmaram que sim.

O principal motivo alegado para não comer insetos foi nojo (38%), seguido de falta de costume (15%), dúvidas quanto à segurança alimentar (9%) e motivos culturais (6%), entre outros.

Essa relutância em comer insetos também apareceu quando foi perguntado se as pessoas se sentiam preparadas para incluí-los em sua dieta normal. Apenas 16% disseram que sim, enquanto 82% responderam que não. A maioria, 71%, também afirmou que não cozinharia insetos em casa, enquanto 28% afirmaram que sim.

Questionados se ofereceriam pratos com insetos em um restaurante, 73% responderam que não, enquanto 25% responderam positivamente. A maioria (81% neste caso) acredita que o público em geral não seria receptivo a pratos com insetos, enquanto 16% achavam que sim.

A principal conclusão, contudo, foram justamente os parâmetros que podem melhorar a aceitação dos insetos pelos consumidores, com vistas a introduzi-los como uma fonte sustentável de proteína em dietas futuras.

Segundo a equipe, trabalhos focados no aumento da aceitabilidade dos insetos como alimentos devem focar na neofobia (medo de coisas novas), normas sociais, familiaridade, experiências do consumidor e compreensão dos benefícios. Outras informações importantes são que os homens parecem estar mais abertos a comer insetos do que as mulheres, e a faixa etária mais receptiva a experimentá-los é entre 40 e 59 anos.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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