11/06/2018 Imunoterapia é duas vezes menos eficaz em mulheres que em homensRedação do Diário da Saúde
A imunoterapia já contabiliza alguns casos de sucesso, mas os resultados negativos dificilmente chegam aos meios de comunicação.[Imagem: Nicolle Rager Fuller/NSF]
Imunoterapia A imunoterapia é um mecanismo de reforço do sistema imunológico para torná-lo capaz de atacar as doenças, como o câncer. Contudo, como ainda está em seus primeiros estágios de desenvolvimento, a técnica é polêmica entre os médicos e cientistas, com alguns alertando que a imunoterapia é uma linha de pesquisa perigosa. E um dos fatores complicadores para um maior sucesso dessa técnica acaba de ser descoberto: homens e mulheres têm respostas imunológicas diferentes, e a possível interação com os hormônios pode afetar a forma como homens e mulheres reagem aos medicamentos imunoterápicos. Em termos mais diretos, o sexo ou gênero de um paciente afeta a eficácia da imunoterapia no tratamento do câncer. Medicamentos testados em homens Fabio Conforti e seus colegas do Instituto Europeu de Oncologia, em Milão (Itália), lideraram uma meta-análise de 20 ensaios clínicos randomizados, cobrindo mais de 11.000 pacientes, todos envolvendo o uso de imunoterapias contra o câncer avançado. E a conclusão é que os resultados das imunoterapias são muito melhores para os homens do que para as mulheres, qualquer que seja o câncer tratado ou a droga utilizada. Em média, o ganho relativo de sobrevivência foi o dobro para os homens em comparação com as mulheres. A equipe afirma que os resultados da meta-análise ressaltam a necessidade de análises específicas do sexo para evitar a extensão errônea para as mulheres dos resultados obtidos principalmente em pacientes do sexo masculino, o que pode levar a um tratamento pior e potencialmente prejudicial. De fato, nos testes clínicos analisados, as mulheres estavam subrepresentadas. Em metade deles, as mulheres representavam menos de um terço dos voluntários, o que significa que os estudos individuais provavelmente não podem mostrar com segurança a interação entre o sexo e a eficácia do tratamento. "Sexo e gênero podem afetar potencialmente a força da resposta imunológica do corpo. Em média, as mulheres mostram respostas imunes mais fortes do que os homens, o que resulta em uma depuração mais rápida dos patógenos, explicando a menor gravidade e a prevalência de muitas infecções em mulheres e sua maior resposta à vacinação do que os homens. Por outro lado, as mulheres representam cerca de 80% de todos os pacientes com doenças autoimunes sistêmicas em todo o mundo. "Portanto, é possível que diferenças no sistema imunológico de mulheres e homens sejam relevantes para o curso natural das condições inflamatórias crônicas, como câncer, e, potencialmente, como elas respondem às drogas," disse o Dr. Conforti. Os resultados foram publicados na revista médica The Lancet Oncology. Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br URL: https://diariodasaude.com.br./print.php?article=imunoterapia-tem-duas-vezes-mais-eficacia-homens-mulheres A informação disponível neste site é estritamente jornalística, não substituindo o parecer médico profissional. Sempre consulte o seu médico sobre qualquer assunto relativo à sua saúde e aos seus tratamentos e medicamentos. |