19/12/2022

Idade muda o corpo e o coração, e os tratamentos também devem mudar

Redação do Diário da Saúde
Idade muda o corpo e o coração, e os tratamentos também devem mudar
O paciente idoso não pode ser tratado à revelia das especificidades de sua idade. [Imagem: American Heart Association]

Síndrome coronariana aguda

Uma nova declaração científica da Associação Norte-Americana do Coração liberou informações atualizadas sobre como a idade influencia o diagnóstico e tratamento de ataques cardíacos em pessoas com 75 anos ou mais.

O objetivo é ressaltar as evidências científicas mais recentes para ajudar os médicos a cuidar melhor de pacientes dessa faixa etária.

Segundo o comunicado, entre 30% e 40% das pessoas internadas por síndrome coronariana aguda têm 75 anos ou mais - essa síndrome inclui ataques cardíacos e angina instável (dor no peito relacionada ao coração).

E a recomendação essencial é que os médicos devem levar em conta as alterações no sistema cardiovascular associadas ao envelhecimento normal e as condições médicas não-cardíacas de seus pacientes, e não apenas tratá-los como se a síndrome coronariana aguda afetasse igualmente os pacientes de todas as idades.

Na verdade, várias alterações fisiológicas se tornam mais comuns com a idade, e elas devem ser consideradas conforme se planeja o tratamento e o acompanhamento dos ataques cardíacos.

"Pacientes mais velhos têm alterações anatômicas mais pronunciadas e comprometimento funcional mais grave, e também são mais propensos a problemas de saúde não relacionados a doenças cardíacas," destacou o Dr. Abdulla Damluji, da Escola de Medicina Johns Hopkins (EUA), um dos responsáveis pelo documento. "Isso inclui fraqueza, outros distúrbios crônicos (tratados com vários medicamentos), disfunção física, comprometimento cognitivo ou incontinência urinária, todos os quais não são estudados rotineiramente no contexto da síndrome coronariana aguda."

Cuidados com o coração dos idosos

O documento lista os seguintes pontos a serem considerados pelos médicos e seus pacientes:

  • A síndrome coronariana aguda tem maior probabilidade de se apresentar sem dor no peito em adultos mais velhos do que nos mais jovens, e causar sintomas como falta de ar, desmaios ou confusão súbita.
  • Medir os níveis da enzima troponina no sangue é um teste padrão para diagnosticar um ataque cardíaco em pessoas mais jovens. No entanto, os níveis de troponina já podem ser mais altos naturalmente nas pessoas mais velhas, especialmente aquelas com doença renal e músculo cardíaco rígido. Assim, para os adultos mais velhos é mais adequado fazer uma avaliação dos padrões de aumento e queda dos níveis de troponina ao longo do tempo - e não seu valor no momento da ocorrência.
  • Alterações relacionadas à idade no metabolismo, peso e massa muscular podem exigir diferentes opções de medicamentos anticoagulantes para reduzir o risco de sangramento.
  • À medida que a função renal se deteriora, aumenta o risco de lesão renal, especialmente quando meios de contraste são usados em exames de imagem e procedimentos guiados por imagem.
  • Embora muitos médicos evitem a reabilitação cardíaca em pacientes frágeis, eles geralmente se beneficiam mais.
  • Garantir a continuação da medicação e outras terapias quando as pessoas são transferidas do hospital para um ambulatório é particularmente importante em idosos que são vulneráveis à fragilidade, deterioração e complicações durante essas transições.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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