13/03/2014 Estimulação cerebral pode ser alternativa a antidepressivosCom informações da Agência USP
A Estimulação Transcraniana por Corrente Contínua (ETCC) é uma técnica não invasiva[Imagem: Wikimedia]
Tratamento da depressão sem remédios Tratar a depressão, ou Transtorno Depressivo Maior (TDM), é uma necessidade que encerra seus próprios dilemas. Isso porque é cada vez maior a preocupação com os efeitos colaterais negativos dos antidepressivos. Agora, pesquisadores da USP estão avaliando uma técnica não-invasiva para o tratamento da depressão sem uso de remédios. A técnica é chamada "Estimulação Transcraniana por Corrente Contínua" que consiste na aplicação de uma corrente elétrica de baixa intensidade no córtex cerebral - corrente contínua é um tipo de eletricidade como a das pilhas, diferente da corrente alternada disponível nas tomadas. "Isso poderia trazer um impacto importante nos tratamentos clínicos, pois a estimulação transcraniana é uma alternativa segura e eficaz. Ela atua apenas nas áreas cerebrais relacionadas à depressão, como o córtex dorso-lateral pré-frontal esquerdo. Ao contrário do medicamento, que age não só no local necessário como também em todo o corpo, aumentando as chances de efeitos colaterais," explica o Dr. André Russowsky Brunoni, coordenador da pesquisa. Os eletrodos são colocados externamente no crânio, para aumentar a atividade elétrica de áreas do cérebro que são mais baixas em pessoas com depressão. O procedimento dura 30 minutos e é repetido por 15 dias consecutivos. "Algumas pessoas sentem um leve formigamento na cabeça, mas outras não sentem absolutamente nada", conta Russowsky. Outras vantagens da ETCC (Estimulação Transcraniana por Corrente Contínua), apontadas pelo médico, é o fato de ser uma técnica barata, de fácil uso e portátil, al[em da forma de atuação no organismo. Enquanto o remédio age em neurotransmissores que atuam no cérebro inteiro, ocasionando reflexos negativos em outras partes do corpo, a estimulação elétrica atua diretamente no córtex pré-frontal.. Agora os cientistas estão recrutando voluntários - pacientes com diagnóstico de depressão - para comparar os resultados da técnica não-invasiva com os antidepressivos de última geração. De acordo com Russowsky, os voluntários serão divididos em dois grupos: um receberá tratamento apenas com o antidepressivo escitalopram e o outro a estimulação transcraniana. "Apesar de algumas pesquisas-piloto mostraram que a ETCC diminui a intensidade dos sintomas depressivos, estudos com populações maiores são necessários para permitir a generalização destes resultados e verificar a eficácia desta intervenção," explica ele. Depressão A depressão é um quadro psiquiátrico comum, com uma prevalência de cerca de 15% ao longo da vida e uma incidência de cerca de 5% ao ano. Ela atinge duas a três vezes mais mulheres do que homens e, na maioria dos casos, se inicia a partir da terceira década de vida. Seus principais sintomas incluem perda de interesse e prazer nas atividades habituais, humor deprimido e pensamentos de culpa e menos valia. As pessoas jovens, as mais acometidas pela depressão, evitam remédios para a doença porque muitas vezes eles vêm acompanhados de ganho de peso e disfunção sexual. Mulheres grávidas ou que estão amamentando também são impedidas de ingerir essa medicação. Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br URL: https://diariodasaude.com.br./print.php?article=estimulacao-cerebral-alternativa-antidepressivos A informação disponível neste site é estritamente jornalística, não substituindo o parecer médico profissional. Sempre consulte o seu médico sobre qualquer assunto relativo à sua saúde e aos seus tratamentos e medicamentos. |