09/09/2013
Brasileiros desenvolvem esterilizador à base de ozônio
Com informações da Agência Fapesp
[Imagem: Agência Fapesp]
Engenheiros brasileiros criaram uma autoclave para esterilização de materiais de uso médico-hospitalar à base de ozônio, considerado o mais potente germicida e o segundo maior oxidante existente na Terra.
O equipamento promete ser mais seguro, eficiente e econômico do que os sistemas utilizados hoje para essa finalidade.
"O ozônio inativa e elimina qualquer vírus, bactéria, protozoário e fungo. Ao ser introduzido adequadamente em uma autoclave, como a que desenvolvemos, esteriliza qualquer tipo de material médico-hospitalar colocado dentro do equipamento", disse Frederico de Almeida Lage Filho, ex-professor do Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) e um dos coordenadores do projeto.
O invento será comercializado pela BrasilOzônio, empresa emergente graduada no Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec), em São Paulo.
O processo de esterilização automatizado realizado pelo aparelho começa com a captura de ar ambiente que, em seguida, é processado e encaminhado sob condições controladas para um gerador de ozônio que integra a autoclave.
As impurezas e a umidade do ar são removidas e, a seguir, separa-se o oxigênio para a geração de ozônio molecular (O3, formado por três átomos de oxigênio) que, ao reagir e se autodecompor, dá origem a radicais livres extremamente reativos, com vida útil de centésimos de segundos.
O ozônio gerado passa então por reatores de transferência, em direção à câmara de esterilização da autoclave, onde, após determinado número de ciclos de operação, que levam vários minutos, os materiais médico-hospitalares são esterilizados.
Durante o processo oxidativo, o ozônio se autodecompõe em oxigênio.
"O equipamento permite esterilizar rapidamente e com segurança todos os tipos de materiais médico-hospitalares e eliminar os micróbios mais resistentes possíveis", disse Lage.
"Além disso, também possibilita realizar a esterilização no próprio hospital, porque é seguro, não gera compostos tóxicos e não necessita de mão de obra especializada para operá-lo, como requerem os métodos atuais", comparou.
Autoclave a vapor de água
O professor explica que um dos equipamentos mais utilizados atualmente para esterilização de materiais médico-hospitalares é a autoclave à base de vapor d´água. O equipamento utiliza temperaturas variando entre 100 e 400 graus Celsius e alta pressão para eliminar todos os tipos de microrganismos contaminantes.
Além de consumir muita energia, de acordo com o pesquisador, o equipamento também apresenta riscos de operação por causa da alta temperatura e da pressão interna.
Outro problema apresentado por esse método de esterilização, de acordo com Lage, é que há microrganismos - os extremofílicos - capazes de resistir a condições extremas de temperatura e pressão.
Por outro lado, há materiais médico-hospitalares feitos de silicone ou polipropileno - como mangueiras, respiradores e cateteres, por exemplo, chamados de termossensíveis -, suscetíveis a altas temperaturas e pressão. Por isso, não podem ser esterilizados por esse tipo de equipamento.
Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br
URL: https://diariodasaude.com.br./print.php?article=esterilizador-base-ozonio
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