25/03/2014 Viver mais comendo poucas calorias pode ser efeito de laboratórioRedação do Diário da Saúde
"Acreditamos que a extensão do tempo de vida devido à restrição alimentar é mais provavelmente um produto artificial de laboratório," diz a pesquisadora.[Imagem: UNSW]
Efeito de laboratório Você certamente já ouviu falar que uma dieta de baixas calorias pode ajudar a viver mais. Vários experimentos já mostraram que uma dieta muito pobre em nutrientes pode estender o tempo de vida de animais de laboratório, reduzindo a incidência de doenças da velhice e o câncer nesses animais. Mas é melhor ficar atento, porque agora os cientistas estão dando uma outra explicação sobre por que comer menos calorias eventualmente faz viver mais. "Este efeito foi demonstrado em laboratórios de todo o mundo, em espécies que variam de levedura a moscas e camundongos. Há também alguns indícios de que ele ocorre em primatas," comenta a Dra. Margo Adler, da Universidade de Nova Gales do Sul, na Austrália. Pois a interpretação da Dra. Adler acerca dos resultados desses experimentos é simples: eles são causados pelo ambiente limpo e ameno dos laboratórios. "Acreditamos que a extensão do tempo de vida devido à restrição alimentar é mais provavelmente um produto artificial de laboratório," diz ela. Segundo Adler, o aumento do tempo de vida observado nos laboratórios provavelmente nunca ocorreria na natureza porque a restrição da dieta compromete a capacidade do sistema imunológico para enfrentar doenças e reduz a força muscular necessária para fugir dos predadores. "Ao contrário das condições benignas do laboratório, a maioria dos animais em estado selvagem seriam mortos ainda jovens por parasitas ou predadores," diz ela. Efeitos positivos para os seres humanos Mas nem todos os experimentos foram em vão, e nem todas as notícias são ruins para os seres humanos. Isto porque os experimentos de laboratório mostraram que a restrição alimentar também leva ao aumento das taxas de reciclagem celular e otimiza mecanismos de reparo do corpo. A pesquisadora explica que, se sua teoria estiver correta, este efeito surge para ajudar os animais a continuarem a se reproduzir quando o alimento é escasso. Eles precisam de menos comida para sobreviver justamente porque os nutrientes armazenados nas células podem ser reciclados e reutilizados. É este efeito que poderia explicar o aumento do tempo de vida dos animais de laboratório submetidos a dietas muito baixas em nutrientes, pois o aumento da reciclagem celular reduz a deterioração celular e o risco de câncer. "Este é o aspecto mais intrigante, de um ponto de vista da saúde humana. Embora o prolongamento do tempo de vida possa ser simplesmente um efeito colateral da restrição dietética, uma melhor compreensão destes mecanismos de reciclagem celular que induzem o efeito pode conter a promessa de vidas mais longas e mais saudáveis para os seres humanos," admite ela. Então, talvez seja bom anotar aí o próximo termo da moda: reciclagem celular. Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br URL: https://diariodasaude.com.br./print.php?article=dieta-baixas-calorias-so-funciona-laboratorio A informação disponível neste site é estritamente jornalística, não substituindo o parecer médico profissional. Sempre consulte o seu médico sobre qualquer assunto relativo à sua saúde e aos seus tratamentos e medicamentos. |