03/05/2023
Curando o incurável: Nova técnica ajuda ossos do crânio a se consertarem
Redação do Diário da Saúde
A técnica funcionou em animais de laboratório com idades equivalentes às de humanos jovens.[Imagem: Zahra A. Aldawood et al. - 10.1073/pnas.2120826120]
Moleira
Os bebês humanos e os filhotes de camundongos recém-nascidos podem curar naturalmente danos aos ossos que formam o topo do crânio, a conhecida moleira, mas essa habilidade é perdida conforme eles crescem.
Cientistas acreditam ter descoberto um modo de manter essa capacidade até a idade adulta - a técnica já funcionou no caso dos camundongos.
A técnica usa um dispositivo semelhante a um fio ortodôntico - usado para realinhar os dentes - para esticar cuidadosamente o crânio ao longo de suas suturas, ativando células-tronco esqueléticas que residem nessas costuras sinuosas.
Nos camundongos adultos, a técnica reparou danos no crânio que, de outra forma, não teriam cicatrizado sozinhos.
"Nossa abordagem é inspirada em bebês porque eles têm uma incrível capacidade de regenerar defeitos ósseos nos ossos da calvária, que compõem a parte superior do crânio," contou o professor Giuseppe Intini, da Universidade de Pittsburgh (EUA). "Ao aproveitar a capacidade de cura do próprio corpo com autoterapias, podemos estimular o osso a se curar. Esperamos desenvolver esta pesquisa no futuro para desenvolver novas terapias para as pessoas".
Danos nos ossos do crânio
Trauma, defeitos congênitos e cirurgia para tratar câncer ou outras doenças são causas comuns de danos ao crânio. Depois que as pessoas atingem a idade de cerca de 2 anos, essas lesões não cicatrizam mais sozinhas.
"Nos bebês, os ossos da calvária não estão completamente fundidos, então as suturas onde residem as células-tronco ainda estão abertas," disse Intini. "Nós nos perguntamos se as suturas não fundidas tinham algo a ver com a capacidade regenerativa óssea observada em bebês e levantamos a hipótese de que poderíamos fazer engenharia reversa disso em adultos, abrindo mecanicamente as suturas para ativar o nicho de células-tronco e aumentar o número de células-tronco."
Os pesquisadores usaram um dispositivo de distração óssea para aplicar cuidadosamente uma força de tração controlada nos ossos da calvária - forte o suficiente para alargar ligeiramente as suturas, mas não o suficiente para causar uma fratura. Usando sequenciamento de RNA de célula única e microscopia de imagem ao vivo, eles descobriram que o número de células-tronco nas suturas expandidas desses animais quadruplicou.
Como resultado, camundongos jovens tratados com o dispositivo regeneraram osso a ponto de curar um grande defeito no crânio - a técnica não foi efetiva em camundongos adultos.
"Em camundongos mais velhos, a quantidade de células-tronco nas suturas da calvária é muito baixa, portanto, expandir esse nicho não é tão eficaz para aumentar a capacidade de cicatrização," explicou Intini. "Superar este desafio é o foco das nossas futuras pesquisas."
Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br
URL: https://diariodasaude.com.br./print.php?article=curando-incuravel-nova-tecnica-ajuda-ossos-cranio-se-consertarem
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