28/02/2020

Covid-19: Quarentena em navio no Japão aumentou número de pacientes contaminados

Redação do Diário da Saúde

Prós e contras da quarentena

O navio de cruzeiro Diamond Princess ficou em quarentena por mais de duas semanas na costa do Japão, resultando em mais passageiros infectados pelo novo coronavírus do que se todos os passageiros tivessem desembarcado imediatamente.

Embora as autoridades japonesas afirmem que a medida conteve a proliferação do vírus para a população em terra, a situação para os próprios passageiros parece ter sido o contrário do que se pretendia.

"A taxa de infecção a bordo do navio foi cerca de quatro vezes maior do que a que pode ser vista em terra nas piores áreas infectadas da China. Uma causa provável é como as pessoas ficam próximas umas das outras a bordo de um navio," disse o professor Joacim Rocklov, da Universidade de Umea (Suécia).

Depois que uma pessoa que viajava no navio desembarcou em Hong Kong e foi testada como positiva para o coronavírus SARS-CoV-2, causador da gripe covid-19, as autoridades japonesas decidiram proibir os 3.700 passageiros a bordo de deixar o navio quando ele chegasse a Yokohama. O navio foi colocado em quarentena até 19 de fevereiro.

Quando a quarentena foi levantada e os passageiros finalmente puderam desembarcar, um total de 619 passageiros haviam sido infectados pelo coronavírus.

"Se o navio tivesse sido evacuado imediatamente após a chegada a Yokohama, e os passageiros com teste positivo para o coronavírus e outros possíveis na zona de risco tivessem sido atendidos, o cenário teria sido bem diferente. Nossos cálculos mostram que apenas cerca de 70 passageiros teriam sido infectados.

"Um número que fica muito abaixo dos mais de 600 passageiros infectados em que a quarentena resultou. A medida preventiva de colocar todo o navio em quarentena era compreensível, mas devido ao alto risco de transmissão no navio, a decisão é agora questionável," disse Rocklov.

Mas nem tudo deu resultados negativos. Como os passageiros que apresentavam sinais da doença eram, na medida do possível, separados dos outros passageiros a bordo, isso evitou que o dano fosse maior.

Segundo os cálculos dos pesquisadores, se as medidas de precaução para isolar potenciais portadores não tivessem sido executadas a bordo, outras 2.300 pessoas teriam sido infectadas.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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