16/08/2019 Como o livre arbítrio funciona no cérebro?Redação do Diário da Saúde
Até agora, as neurociências não provaram nem confirmaram o livre arbítrio - daí a importância desta nova estrutura conceitual.[Imagem: Duncan Lilly/Wikimedia]
Livre arbítrio material Será que os seres humanos têm mesmo um livre arbítrio "genuíno"? Filósofos e teólogos têm debatido essa questão por séculos, e acabaram por estabelecer as características básicas do livre arbítrio. Mas o professor Thomas Hills, da Universidade de Warwick (Reino Unido), queria saber como nossos cérebros preenchem essas características, estabelecendo uma ponte entre os argumentos filosóficos do livre-arbítrio e a "realidade material", ou neurocognitiva, estabelecida no cérebro. Ele acredita agora ter fundamentado na realidade biológica as características fundamentais do livre-arbítrio estabelecidas pelos filósofos, criando uma nova estrutura para o que ele chama de "livre-arbítrio neurocognitivo", o livre arbítrio que pode ser monitorado no cérebro. Características do livre arbítrio Em filosofia, os elementos do livre arbítrio incluem a capacidade de fazer o contrário - o "princípio das possibilidades alternativas"; a capacidade de deliberar; um senso de si mesmo; e a capacidade de manter metas - "querer o que você quer". Com base em exemplos que vão do que fazer no café da manhã a como um jogador bate um pênalti, e considerando organismos de seres humanos até bactérias e baratas, além de robôs, o professor Hills argumenta que nossas habilidades neurocognitivas satisfazem esses requisitos através de:
Outros pesquisadores já haviam se perguntado se o livre arbítrio é derivado da alma ou do ego. [Imagem: Malle lab/Brown University] Livre-arbítrio neurocognitivo "O livre-arbítrio neurocognitivo - o livre-arbítrio que temos como humanos - é um processo de autoconstrução generativa. Eu demonstro que amostras de consciência frutos de esforço a partir de nossa experiência, de uma forma exploratoriamente adaptativa, nos permite explorar a nós mesmos na construção de futuros alternativos. "Há evidências de que as pessoas que acreditam no livre arbítrio são mais pró-sociais. Elas adotam comportamentos que beneficiam os outros e a sociedade como um todo e têm um maior senso de controle sobre seu futuro - acreditam que podem influenciar o futuro de maneiras positivas. Isso é importante: o livre-arbítrio neurocognitivo fornece uma base para entender por que elas estão corretas. "O livre-arbítrio neurocognitivo liga nossa compreensão do livre arbítrio a algo real. Também nos ajuda a entender o que ele significa. Eu suspeito que não é o que a maioria das pessoas pensa. Como Sartre uma vez disse: 'A liberdade não é um triunfo.' Mas eu acredito que o livre arbítrio neurocognitivo nos dará algumas dicas de como ela poderia ser. Esse será um foco do nosso trabalho futuro," explicou o professor Hills. Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br URL: https://diariodasaude.com.br./print.php?article=como-livre-arbitrio-funciona-cerebro A informação disponível neste site é estritamente jornalística, não substituindo o parecer médico profissional. Sempre consulte o seu médico sobre qualquer assunto relativo à sua saúde e aos seus tratamentos e medicamentos. |