23/08/2011

Finalmente, uma explicação de como o estresse causa danos ao DNA

Redação do Diário da Saúde

Rota do estresse até o DNA

Durante anos, cientistas têm publicado artigos que associam o estresse crônico a danos cromossômicos - danos ao DNA.

Mas ninguém havia sido capaz de unir as duas pontas, ou seja, como exatamente o estresse induz o dano efetivo à chamada molécula da vida.

Agora, pesquisadores da Universidade Duke, nos Estados Unidos, descobriram um mecanismo que ajuda a explicar a resposta ao estresse, em termos de danos ao DNA.

O artigo acaba de ser publicado na revista Nature.

Estresse, adrenalina e DNA

"Acreditamos que este artigo é o primeiro a propor um mecanismo específico através do qual uma marca registrada do estresse crônico, a adrenalina elevada, poderia, eventualmente, causar danos ao DNA, que é detectável," disse o autor sênior do estudo, Robert J. Lefkowitz.

No estudo, camundongos receberam infusões com um composto similar à adrenalina, que funciona através de um receptor chamado de receptor adrenérgico beta.

Os cientistas descobriram que este modelo de estresse crônico aciona rotas biológicas que finalmente resultam no acúmulo de danos ao DNA.

"Isso pode nos dar uma explicação plausível de como o estresse crônico pode levar a uma variedade de condições e distúrbios humanos, que vão desde alterações meramente cosméticas, como cabelos grisalhos, até doenças graves potencialmente fatais," disse Lefkowitz.

Guardiã do genoma

A P53 é uma proteína supressora de tumores que é considerada uma "guardiã do genoma" - ela impede alterações genômicas.

Mais da metade de todos os cânceres humanos desabilitam a proteína P53.

"O estudo mostrou que o estresse crônico leva à redução prolongada dos níveis de P53," disse Makoto Hara, coautor do estudo. "Nossa hipótese é que esta é a razão para as irregularidades cromossômicas encontradas nestes camundongos cronicamente estressados."

O estudo mostrou que a infusão do composto semelhante à adrenalina durante quatro semanas em camundongos causou a degradação da P53, que estava presente em níveis mais baixos ao longo do tempo.

O estudo também mostrou que o dano ao DNA foi evitado em camundongos sem beta-arrestina 1. A perda da beta-arrestina estabilizou os níveis celulares da P53 no timo, um órgão que responde fortemente ao estresse agudo ou crônico, e nos testículos, onde o estresse pode afetar o genoma da prole.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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